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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou 68 países

    Entenda por que Barack Obama ainda não declarou apoio a Kamala Harris

    Ex-presidente se pronunciou logo após Joe Biden ter anunciado desistência da candidatura, mas sequer mencionou Harris

    Kamala Harris conseguiu, em menos de 24 horas de campanha, o apoio de um número mais do que suficiente de delegados — figura do sistema eleitoral dos Estados Unidos — para confirmar o seu nome como a candidata do Partido Democrata às eleições para a Presidência dos EUA.

    Alguns dos políticos mais importantes da legenda, no entanto, ainda não endossaram a candidatura da atual vice-presidente do país.

    Entre eles, um nome se destaca: o ex-presidente Barack Obama, figura central nos bastidores do partido.

    O ex-presidente se pronunciou publicamente no domingo (21), logo depois de o presidente Joe Biden ter comunicado sua desistência da disputa eleitoral.

    Obama elogiou muito a longa carreira política e o mandato de Biden, que foi seu vice-presidente na Casa Branca entre 2009 e 2017.

    Mas o ex-presidente sequer mencionou Harris, que já tinha sido indicada como a favorita para a disputa.

    E há dois motivos para isso.

    Em primeiro lugar, Obama tenta se posicionar desde que deixou o governo como um estadista, uma espécie de lastro moral, dentro do Partido Democrata.

    Ele quase nunca se manifesta publicamente sobre as disputas internas na legenda e é muito discreto nas maquinações inevitáveis de bastidores dentro da política partidária.

    Em 2016 e 2020, por exemplo, ele se recusou a endossar publicamente os vários postulantes durante as primárias democratas – o que irritou e magoou muito Biden, que nunca o perdoou totalmente por isso.

    A alegação para essa discrição toda, segundo assistentes do ex-presidente, é que ele prefere se preservar para ajudar a unir as diversas correntes do partido na reta final das disputas, depois das escolhas dos candidatos terem acontecido.

    Por isso, ele estaria esperando o momento certo para apoiar Harris.

    O segundo motivo está relacionado à impressão que o partido quer dar ao eleitorado americano de que estaria havendo uma disputa democrática interna para a definição do candidato.

    Isso daria mais legitimidade à candidatura de Harris do que a ideia de que ela simplesmente foi ungida pelos cardeais democratas, sem consulta às bases e ativistas da legenda.

    Por isso, nem todos os líderes democratas anunciaram de imediato seu apoio a ela. A ideia é que eles façam isso aos poucos.

    Outro nome importante, a ex-presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, só declarou apoio a Harris na tarde de segunda-feira (22).

    Outros dois cardeais, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, líderes do partido no Congresso, anunciaram apoio público à atual vice-presidente nesta terça-feira (23).

    Anteriormente, destacaram que respeitavam o desejo de Harris de ganhar a nomeação através de um processo aberto e competitivo.

    Apesar de tudo isso, é praticamente certo que Kamala Harris será o nome dos democratas nas cédulas eleitorais em novembro.

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