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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou 68 países

    Ação cinematográfica mostra que Israel está pronto para guerra com Hezbollah

    Governo israelense está se preparando há meses para conflito militar aberto com o grupo xiita libanês

    A ação cinematográfica que levou à explosão quase simultânea de milhares de pagers no Líbano mostra que o governo de Israel está pronto para enfrentar uma guerra aberta com o grupo militante xiita Hezbollah.

    A operação representa uma escalada perigosa do conflito em curso no Oriente Médio, com o Hezbollah prometendo uma forte retaliação contra as forças israelenses.

    Segundo apurações da CNN, do New York Times e da agência de notícias Reuters, espiões do serviço de inteligência israelense Mossad colocaram explosivos em cerca de 5000 pagers importados pelo grupo libanês. Quando receberam determinada mensagem, os dispositivos explodiram.

    Os militares israelenses não confirmam e nem desmentem sua participação, como costumam fazer quando cometem algum ato que pode ser interpretado como uma infração da lei internacional.

    Mas existem outros sinais de que Israel acredita que chegou o momento de agir de forma mais forte contra os militantes xiitas que têm bombardeado quase diariamente a parte norte do seu território.

    Um dos sinais veio na segunda-feira (16), quando o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu definiu como um de seus principais objetivos de guerra o retorno de 60 mil cidadãos israelenses que foram retirados de cidades na fronteira com o Líbano.

    Essa população foi levada a locais mais seguros logo no início da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, um movimento que nunca foi bem aceito pela população.

    Logo depois, o próprio ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que a única forma de se conseguir esse objetivo seria com ações militares, uma vez que o Hezbollah ignora alertas para conter suas ações.

    Uma eventual ação militar israelense teria o apoio quase irrestrito da população local.

    A CNN Brasil visitou recentemente a faixa de fronteira entre os dois países, a região mais tensa de Israel – justamente pelo poderio militar e ataques constantes do Hezbollah. Por lá, é praticamente unânime a opinião de que a única opção para Israel é enfrentar e derrotar militarmente o Hezbollah.

    Uma ação como essa, no entanto, teria consequências muito sérias.

    O grupo xiita é muito forte militarmente, com um grande arsenal de mísseis e dezenas de milhares de militantes – muitos com experiência de combate na guerra civil da Síria.

    O poderio do Hezbollah é muito maior, por exemplo, do que o do Hamas. O grupo teria ainda o apoio de seu aliado de longa data, o Irã, o que ampliaria ainda mais o conflito.

    Vários países vêm pressionando há tempos tanto Israel como o Hezbollah para tentar acalmar a situação.

    A explosão dos pagers, no entanto, pode virar o estopim para uma guerra muito maior.

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