Tartaruga? Aston Martin deixa safety car da Fórmula 1 mais potente
Vantage V8 ganhou 153 cv, entre outras mudanças, e chega no Brasil até o final do ano
A temporada 2024 da Fórmula 1 começa neste fim de semana e, junto com pilotos acelerando forte pela vitória no Bahrein, temos a participação dos carros de segurança fornecidos por Mercedes-Benz e Aston Martin. A fabricante inglesa, inclusive, atualizou o seu safety car, aproveitando uma mudança no modelo de produção, que ficou 153 cavalos mais potente.
Além de atrair mais compradores para o novo Aston Martin Vantage V8, pode ser também um modo de evitar o apelido de “tartaruga”, dado ao roadster verde pelo multicampeão Max Verstappen, em 2022.
Qualquer piloto de uma máquina de quase 1.000 cv, que acelera para os 100 km/h em menos de 3 segundos, vai reclamar da relativa lentidão de carros de passeio, não importa qual a força destes últimos.
Mas é fato que, mesmo usando motor semelhante, o Vantage tinha cerca de 200 cv a menos do que o safety car rival, o Mercedes-AMG GT Black Series, e pesava 45 quilos a mais.
Assim, segundo informações que circulam no paddock dos circuitos, o Vantage era até 5 segundos mais lento que o AMG GT a cada volta. Mudar era necessário.
O que mudou no Aston Martin
O Aston Martin Vantage utilizado como safety car da F1 desde 2021 é da geração lançada globalmente em 2017. Ou seja, já tinha “defasagem” mecânica típica da idade do projeto.
Assim como acontece com os carros de F1 da Aston Martin, o Vantage usa motor construído artesanalmente pela Mercedes-Benz, mas com alterações de engenheiros ingleses.
Agora, o V8 de 4 litros da AMG (família M177) teve modificações pesadas: as turbinas do sistema de sobrealimentação cresceram, enquanto o comando de válvulas e o sistema de resfriamento foram melhorados.
O câmbio automático não é da Mercedes, mas da também alemã ZF, com 8 marchas, com trocas recalibradas e relação final mais curta (3.083:1).
Somando tudo, o salto de 153 cv leva a potência total a 665 cv – ganho de 30%. O torque máximo é absurdo, com 81,57 kgfm sobre as rodas traseiras – melhoria em torno de 15%. Agora, o 0 a 100 km/h chega em 3,4 s, com velocidade máxima de 325 km/h.
Além disso, há mudanças no comportamento do chassis, no conjunto de suspensão e no estilo da tomada de ar frontal.
Das ruas para as pistas, e vice-versa
Certo, mas isso é para o Vantage de rua, correto? Não: logo na abertura dos treinos de pré-temporada da F1, o Vantage Safety Car acelerou pelo circuito do Bahrein com “camuflagem”, uma indicação de que a Aston Martin também trouxe as mudanças para o modelo entregue à FIA.
Isso porque o acordo de marcas com a F1 e com a FIA ajuda não só na segurança de pilotos, mas nas vendas dos modelos em concessionárias.
A Aston Martin aponta, inclusive, que o fato de pintar o safety car na mesma cor Verde Racing dos carros de corrida fez a venda de todos os nove tons de verde do portfólio crescer 24%, em 2023.
Para o Brasil, a informação da importadora oficial UK Motors, responsável por Aston Martin e McLaren, é de que o novo Vantage esteja disponível no segundo semestre, ainda sem preço definido. O Vantage atual custa iniciais R$ 2,1 milhões.
Além do dois-lugares, a Aston Martin ainda fornece à F1 o utilitário DBX707 como carro médico, apelidado de “SUV mais veloz do mundo”.
Este não teve mudanças para a temporada, com o mesmo motor V8 gerando 707 cv e 91,8 kgfm de torque, máxima de 310 km/h e 0-100 km/h em apenas 3,3 s. No Brasil, o preço do SUV parte dos R$ 3,45 milhões.
