Segmento do Ford E-Transit cresceu 800% desde 2022; veja rivais
Opções transportam entre 800 kg e 4,5 t, além de poder levar passageiros, e travam uma disputa acirrada pelo mercado
O segmento de veículos comerciais de até 5 toneladas com motorização elétrica no Brasil é alvo de uma disputa acirrada, após ter crescido mais de 800% desde 2022.
Com o anúncio do Ford E-Transit Chassi, a empresa norte-americana passa a ter a primeira solução para a configuração chassi-cabine no segmento, depois de ter lançado o Furgão/Minibus elétrico em 2023.
A disputa é tão ou mais intensa que a do segmento de carros de passeio, uma vez que além das novas tecnologias, as fabricantes precisam oferecer soluções que, na prática, evitem que médios e grandes clientes percam dinheiro – e ainda precisam ser atrativas para novos pequenos compradores.
Segundo a Ford, a linha elétrica de furgão e chassi-cabine elétricos – Ford E-Transit Furgão e E-Transit Chassi-Cabine – tem preços iniciais de R$ 542 mil e promete custo de operação até 40% menor, por conta de até 86% a menos de peças com desgate de uso. A esperança é ganhar 10% de participação neste segmento em 2024, após salto de 60% no biênio 2022-2023.
Mas os cálculos vão além, uma vez que a empresa lidera esta área na Europa (participação acima dos 60%) e nos Estados Unidos, mas, no Brasil, é apenas a quinta colocada.
Dados da Fenabrave (associação que representa concessionários no Brasil e reúne dados das vendas de veículos) apontam a Ford em quinto no segmento ao término de 2023, com 5,6% de participação total. A Fiat é líder, com mais de 42% das entregas, seguida por Chevrolet, Volkswagen e Toyota.
Mas a estimativa é que o segmento tem espaço para mais entregas, daí a disputa acirrada: a ampliação de ofertas, e uma estagnação em anos anteriores, fez o total de emplacamentos disparar 840% nos últimos dois anos.
Por isso também a necessidade de inovação, uma vez que soluções elétricas não faltam. A avaliação é que a etiqueta normalmente alta dos preços não impede o negócio e pode acabar se pagando pelo custo de operação menor – seja pela vantagem do kWh em relação ao preço do litro de diesel ou gasolina, seja pelo menor índice de manutenção com peças no pós-venda.
Veja abaixo os rivais do segmento comercial de elétricos para os modelos da Ford:
Citroën E-Jumpy, Peugeot E-Expert, Fiat E-Scudo: R$ 334.900
O grupo Stellantis, que inclui marcas como Fiat, Citroën e Peugeot, entrega um único produto em três embalagens (uma por marca) atualmente, no Brasil. É pouco, acredite: o projeto K0, criado a partir da plataforma EMP2 da antiga PSA Peugeot-Citroën, dá origem a 11 diferentes modelos no resto do mundo.
Permite uso da CNH B, tem baterias de íon-lítio de 75KWh, 136cv e 26,5 kgfm de torque instantâneo, autonomia de 289 km segundo Inmetro e carga de 80% em 48 minutos.
Além destes, há rumores apontando um novo produto (E-Fiat Ducato) chegando em 2024.
JAC E-JV5.5 e E-JV7L: R$ 319.900 e R$ 359.900
A chineasa JAC promete o menor custo operacional da categoria com sua van de carga para até 5,5 m³ ou 1.020 kg (E-JV5.5) e de passageiros (E-JV7L).
Tem motor de 204 cv e 30 kgfm instatâneos, além de 300 km de autonomia como predicados.
JAC iEV 750 e iEV 750 Vip: R$ 489.900 e R$ 549.900
Neste caso, o modelo chinês tem PBT de 4,5 toneladas, permitindo levar 13 pessoas na versão de passageiros (iEV750 Vip) ou 1.145 kg, na de carga (iEV750).
Motor tem 163 cv e 76,47 kgfm, com bateria de fosfato de ferro-lítio de 92 kWh para autonomia de até 430 km.
Renault Kangoo E-Tech: R$ 259.990
Com 210 km de autonomia máxima pelo Inmetro, o furgão da marca francesa promete recarga para até 170 km em 30 minutos, com baterias de 45kWh e motor de 90 kW.
Custo de reabastecimento até cinco vezes menor que o similar a combustão e capacidade de 4,3m³ ou 800 kg para carga são as promessas.