Produção manufatureira dos EUA atinge máxima de 2 anos e meio em outubro
Alta de 1,2% ficou acima das expectativas de economistas, de avanço de 0,7%
A produção nas fábricas dos Estados Unidos se recuperou mais do que o esperado em outubro, com a redução do impacto do furacão Ida e o aumento na produção de veículos, mas a manufatura continua sendo limitada pela escassez de matérias-primas e mão de obra.
A produção manufatureira subiu 1,2% no mês passado para seu patamar mais alto desde março de 2019, após ter recuado 0,7% em setembro, informou o Federal Reserve nesta terça-feira (16). Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,7% na produção manufatureira.
A produção aumentou 4,5% em relação a outubro de 2020. A manufatura, que responde por 12% da economia norte-americana, está sendo sustentada por empresas desesperadas para repor seus estoques esgotados.
Mesmo com os gastos voltando para serviços conforme as infecções por coronavírus, impulsionadas pela variante Delta, diminuem, a demanda por bens continua forte.
A produção nas montadoras se recuperou 11,0% no mês passado, após ter recuado por dois meses consecutivos. Excluindo automóveis, a produção manufatureira cresceu 0,6% em outubro.
A produção de bens de consumo se recuperou 1,4%. Mas a produção de maquinário caiu 1,3% por causa de uma greve em andamento na companhia John Deere. O salto da produção manufatureira no mês passado, combinada com uma recuperação de 4,1% na mineração e aumento de 1,2% nos serviços públicos, impulsionou a produção industrial em 1,6%. Isso após queda de 1,3% em setembro.
A utilização da capacidade instalada no setor manufatureiro –uma medida de quanto as empresas estão utilizando seus recursos– subiu 0,9 ponto percentual em outubro para 76,7%, o maior patamar desde janeiro de 2019.
Já a utilização da capacidade do setor industrial aumentou de 75,2% em setembro para 76,4% em outubro, 3,2 pontos percentuais abaixo da média de 1972 a 2020.
Autoridades do Fed tendem a considerar as medidas de uso da capacidade para sinais de quanta “folga” resta na economia, ou seja, até que ponto o crescimento tem espaço para ocorrer antes de se tornar inflacionário.