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    Ferrari desenvolve ‘ronco’ para carros elétricos sem uso de alto-falantes

    Duas patentes registradas nos EUA mostram projetos da montadora que farão futuros supercarros soarem como se tivessem um V12

    João Vitor Ferreiracolaboração para a CNN

    Você pode até defender os carros elétricos usando como argumentos sua potência e desempenho impressionantes e a emissão zero de carbono. Mas muitos aficionados em veículos a combustão sentem falta do som gerado por um legítimo motor V12 da Ferrari, por exemplo.

    Pensando nisso, a montadora de Maranello está preparando não só um, mas dois sistemas que irão fazer seus carros elétricos soarem ainda mais potentes. O site Car Buzz descobriu dois projetos da Ferrari no Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos que darão uma nova sonoridade para os carros elétricos, e isso sem usar sons artificiais ou alto-falantes.

    A primeira patente é bem simples e transforma o carro em uma ‘flauta sobre rodas’. Basicamente, a ideia da Ferrari é instalar uma série de tubos de metal sob o carro – desse modo, enquanto o carro estiver andando para frente, o ar passará por esses cilindros de metal e o fluxo, junto da vibração, irão gerar o som.

    No interior dos tubos, há ainda válvulas de atuação e êmbolos, que são capazes de abrir e fechar cada um deles para permitir a passagem do ar. Cada cilindro terá um diâmetro e comprimento diferente para criar variações nos sons.

    Combinando todos eles, a Ferrari afirma que será possível criar um som que “corresponde às expectativas de um motorista de um carro esportivo de alto desempenho”, ao contrário do barulho atual dos carros elétricos que ou é artificialmente gerado por alto-falantes ou é “inaudível e pouco apreciado”, de acordo com a própria montadora.

    Esse sistema é bem compacto, podendo ser colocado nos lugares mais estreitos. A ideia da montadora é instalá-lo na área onde, nos carros a combustão, fica o radiador. Assim, é possível manter a tradicional grade vazada que muitos apreciam no design dos veículos e que é totalmente dispensável nos elétricos.

    A segunda patente é um pouco mais complexa. Uma das reclamações em relação aos elétricos é que o som deles não transmite a mesma sensação dos carros a combustão, e esse projeto busca reverter esse problema.

    O projeto consiste em um eixo elétrico e um dispositivo de transmissão de som, que alimenta diretamente a cabine.

    De acordo com a descrição da Ferrari, um dispositivo pneumático – ou conduíte acústico – ligado ao eixo do motor terá a função de irradiar a pressão do ar e as vibrações para os ocupantes, formando um tubo de ressonância. Desse modo, o sistema transmitirá as ondas sonoras sem a necessidade de um alto-falante.

    Para auxiliar a amplificar ou reduzir o barulho, a Ferrari planeja incluir ressonadores ligados ao sistema pneumático. A posição desses ressonadores é estratégica, ficando em um local capaz de captar o som de um ou mais motores elétricos por eixo.

     

    Válvulas dentro dos tubos de ressonância fariam com que a Unidade de Controle Eletrônico (ECU) ajustasse o perfil sonoro e o volume, do mesmo modo que as válvulas de um sistema de escape convencional fazem com o movimento de abrir e fechar.

    Essas válvulas, segundo o projeto, também serão capazes de anular completamente o ruído gerado pelo carro, ou então, serem ajustadas para entregar o som de um verdadeiro esportivo.

    A Ferrari quer que o sistema seja o mais autêntico possível, por isso, haverá ainda um canal que transmite o som gerado pelo sistema pneumático para o exterior do veículo, para que outras pessoas também possam escutar o ‘ronco’ do carro elétrico.

    Isso elimina por completo a utilização de alto-falantes, que muitas vezes servem como sinal de alerta aos pedestres para que eles saibam que um carro elétrico está se aproximando.

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