Audi desiste de mudança polêmica e anuncia retorno de padrão de nomes

Com 115 anos, a Audi possui uma tradição para os nomes dos seus carros: destacar uma letra e um numeral. Em 2023, no entanto, a marca alemã decidiu fazer uma mudança que não agradou muito fãs e consumidores: decidiu que todos os modelos elétricos teriam numerais pares e os carros a combustão, ímpares. Mas a empresa escutou o público e determinou a volta do padrão antigo.

Boa parte da polêmica que resultou na decisão aconteceu em 2024, quando a Audi decidiu acabar com nome do sedã médio A4, que passou a chamar A5, justamente quando o modelo completou 30 anos. Além das críticas, gerou confusão, pois o nome A5 já era usado para outros modelos.

A partir de 2025, a Audi retorna ao padrão alfanumérico unificado para todos os seus modelos. A classificação dos veículos será feita com base no tamanho e no posicionamento de cada modelo, seguindo uma lógica intuitiva.

O sistema atualizado usa uma combinação de letras e números para identificar os modelos. As letras A e Q continuarão a representar, respectivamente, veículos de suspensão baixa (como sedans e hatchbacks) e veículos de suspensão alta (como SUVs e crossovers).

Os números, que variam de um a oito, indicam o tamanho e a categoria do veículo, independentemente de ser elétrico ou movido a combustão. A ordem é crescente, ou seja, quão maior o número, maior a categoria e tamanho, além do preço.

Na sequência, o carro ganhará um sobrenome que indica a tecnologia de propulsão, sendo e-tron para elétricos, TFSI para motores a gasolina e TDI para motores a diesel. Há ainda possibilidade do uso dos termos do estilo da carroceria, como Avant (perua), Sedan ou Sportback (cupê) também ajudará a distinguir as variantes.

Um exemplo é o novo Audi A6, nova geração de sedã de médio-grande porte, cuja primeira geração foi lançada em 1994. Ele vai ser sempre chamado A6, seja equipado com um motor a combustão (A6 TFSI) ou com um propulsor elétrico (A6 e-tron).

A escolha do A6 TFSI não foi por acaso. O modelo é o primeiro com o padrão atual de nomes e o terceiro carro da Audi com a nova linguagem de design. Se a montadora permanecesse com o polêmico padrão anterior, talvez devesse chamar A7, ampliando a confusão.

“A nova nomenclatura permite que todos os clientes, em qualquer parte do mundo, tenham uma orientação intuitiva sobre nosso portfólio. Escolhemos os nomes dos modelos de forma a revelar a dimensão e o posicionamento à primeira vista”, disse Marco Schubert, membro do Conselho de Administração para Vendas e Marketing da Audi AG. O executivo admitiu que a mudança foi feita após feedback de clientes e concessionários.

Esportivos e Esportivados

Além do tradicional padrão alfanumérico, a Audi possui ainda outras derivações voltadas aos modelos de alta performance e estilo esportivo.

Esses modelos recebem as letras S ou RS, essa última significa RennSport, termo alemão para esportivo de corrida. Na prática, os carros Audi de versões mais potentes trocam o A pelo S, geralmente identificando o topo da gama do modelo.

Quando o carro tem motor ainda mais nervoso, recebe o RS antes da combinação alfanumérica, como RS Q8 ou RS e-tron GT. Outro exemplo é a perua RS 6 Avant.

Outro detalhe na nomenclatura é para os carros apenas com aparência esportiva. Nesse caso, o modelo recebe um sobrenome S-Line, indicando estilo diferenciado, mas com motorização semelhante à versão convencional.