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    Adamastor Furia é o primeiro supercarro português e tem motor V6 Ford

    Montadora novata no ramo não se intimida com concorrentes e aposta que modelo será rival à altura de do Aston Martin Valkyrie

    João Vitor Ferreiracolaboração para a CNN

    Chegou a vez dos portugueses mostrarem sua força no mundo automotivo. O país estreou o seu primeiro superesportivo, o Adamastor Furia, que, apesar de ser um novato em um ramo de empresas centenárias, quer bater de frente com os principais modelos do mercado.

    O CEO da fabricante, Ricardo Quincas, chegou a apontar quem ele entende que serão os rivais do Furia: “Desde logo, a Aston Martin e o seu Valkyrie, mas também marcas como a Pagani, a Koenigsegg e a Rimac, sem esquecer outras como a Mercedes-Benz, Audi, Porsche e Ferrari na categoria dos supercarros”, disse o executivo.

    Para isso, a montadora não mediu esforços e criou um superesportivo rebuscado e com alguns detalhes que não são muito comuns de se ver. Nas fotos, é possível perceber que o Furia tem dimensões avantajadas, principalmente quando olhamos para os para-lamas altos e a traseira larga.

    Isso porque o esportivo foi desenvolvido com foco na aerodinâmica. Na traseira, por exemplo, há uma espécie de tubo para gerar um efeito venturi – que, basicamente, faz com que o ar passe por um local estreito para que sua velocidade aumente. Já a asa traseira é bem menor do que o de costume para carros como esse, mas isso não atrapalha na geração de downforce do carro.

    Segundo a Adamastor, o Furia é capaz de gerar mais dowforce do que carros que disputaram a Fórmula 2 e 3 em 2021, além de superar também alguns modelos da categoria LP2 do WEC.

    A montadora afirma que o carro produz 1.000 kg de força descendente a 250 km/h na versão Road, homologada para as ruas, e a primeira que será lançada. Já a versão de pista, Race, que estreará posteriormente, gera até 1.800 kg na mesma velocidade.

    Para a motorização, a Adamastor escolheu o V6 3.5 biturbo da Ford Performance, que entrega 650 cv e 58,22 kgfm. Em comparação ao Valkyrie, o conjunto deixa a desejar, já que o trem de força híbrido do rival britânico alcança 1.158 cv. Porém, o Furia tem outra carta manga.

    Os portugueses trabalharam não só para que o seu superesportivo fosse aerodinâmico, como também leve. O chasse monocoque é inteiramente feito de fibra de carbono, o que ajuda muito na redução de peso, mas também em sua rigidez torcional.

    O material também aparece em boa parte dos componentes aerodinâmicos da carroceria. No total, são 1.100 kg (a seco) para a versão Road, cerca de 260 kg a menos que o Valkyrie.

    No mais, a empresa também divulga uma suspensão com braços de triângulo duplo desacoplado e mola helicoidal sobre o amortecedor, permitindo ao motorista fazer diversos tipos de ajustes pelo motorista, como o nível de inclinação da carroceria, altura do solo e rigidez de rolamento.

    Já os freios tem discos de 378 mm e pinças de seis pistões na frente e discos de 356 mm e pinças de quatro pistões atrás.

    O projeto do Furia deriva de um conceito P003RL apresentado pela empresa em 2019. De lá para cá, muitas coisas mudaram não só no carro como também na montadora.

    A Adamastor decidiu se reposicionar e agora será uma fabricante esportiva de baixo volume. Logo, o seu primeiro superesportivo será limitado em apenas 60 unidades, com uma produção máxima de 25 por ano.

    O preço fixado pelo Furia é de 1,6 milhão de euros, aproximadamente R$ 8,9 milhões. Quanto ao futuro, a Adamastor diz que pretende lançar novos carros, mas, ao que parece, os elétricos estão fora dos planos.

    “É óbvio que há automóveis elétricos impressionantes, mas falta-lhes qualquer coisa. Falta-lhes o rugido”, argumenta Ricardo Quincas. “Sem essa vertente, é só um carro muito rápido e de visual agressivo.”