ABVE tenta suavizar propostas de bombeiros para carros elétricos
Entidades discutem normas de segurança para evitar possíveis incêndios que envolvam veículos com baterias
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) conseguiu ampliar o prazo para a discussão de regras sobre o carregamento de carros propostas pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. O assunto é tema de uma consulta pública que busca definir normas de segurança para evitar incêndios de veículos com a tecnologia de recarga.
Em documento publicado no começo de abril, os bombeiros sugerem uma série de regras para evitar casos de incêndio – até hoje nunca registrados no Brasil. A proposta foi considerada muito severa pelas empresas, que temem que esse tipo de serviço acabe inviabilizado.
Os bombeiros propõem, entre outras regras, a criação de espaços livres de cinco metros entre uma vaga e outra, ou a construção de paredes corta-fogo para formar baias de recarga.
Outra sugestão é a instalação de ventiladores para renovação de ar, sensores de calor e chuveiros automáticos nos estacionamentos fechados que possuem plugues para carros elétricos.
Para discutir questões relacionadas à segurança e à normatização dos veículos elétricos, a ABVE se reuniu com o Corpo de Bombeiros. Durante o encontro, a entidade – que reúne proprietários e montadoras – propôs a realização de simulações de combate a incêndio de veículos elétricos, com o objetivo de demonstrar os sistemas de segurança embutidos nos veículos e em seus carregadores.
“A ABVE busca tranquilizar os usuários e os responsáveis por condomínios residenciais sobre a segurança dos veículos elétricos e das estações de recarga. Ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de colaborar com os bombeiros na elaboração de normas eficazes e realistas de prevenção de acidentes, pois isso é importante para o desenvolvimento do próprio mercado da eletromobilidade”, afirmou Ricardo Bastos, presidente da ABVE.
A entidade pediu extensão do prazo para consulta pública, e a solicitação foi atendida pelo Corpo de Bombeiros. Mas o adiamento ainda não foi publicado no Diário Oficial de São Paulo. ABVE afirma precisar de mais tempo para apresentar seus argumentos sobre a segurança dos veículos elétricos.
Representantes de outros estados também serão convidados a participar da simulação proposta pela ABVE. Outras entidades, como a Ligabom (Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros do Brasil) e o Conascip (Comitê de Segurança contra Incêndio e Prevenção) devem supervisionar os trabalhos.
Propostas Bombeiros-SP para recarga de carros elétricos
- Ventilação: instalação de ventiladores para renovar o ar em estacionamentos fechados com pontos de recarga.
- Detecção de incêndio: sensores de calor para identificar o início de um incêndio rapidamente.
- Supressão de incêndio: chuveiros automáticos para apagar um incêndio no local.
- Reserva de água: redimensionamento da reserva técnica de água para combate a incêndios.
- Espaço livre: espaço livre de cinco metros entre as vagas de recarga para facilitar a circulação e o trabalho dos bombeiros em caso de incêndio ou paredes corta-fogo para isolar as baias
- Pontos de desligamento: pontos de desligamento a uma distância entre 20 e 40 metros dos plugues de recarga para permitir o corte rápido da energia em caso de necessidade.