Nunes e Milton Leite devem se reunir na véspera da convenção do União Brasil
Fontes ouvidas pela CNN apontam que presidente da Câmara Municipal estaria descontente com a falta de protagonismo do União Brasil na construção da chapa do prefeito de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), marcaram um encontro para a próxima sexta-feira (19). A data é a véspera da convenção municipal do União Brasil, marcada para sábado.
Eles devem estar juntos pela manhã, na tentativa de selar um acordo de paz. A informação foi confirmada por interlocutores dos dois.
À CNN, Nunes já disse que não entende os motivos do descontentamento do aliado político que comanda o legislativo. Na prática, Leite é uma das figuras mais fortes da política local e comanda o União Brasil em São Paulo.
O partido é da base de Nunes desde o início do governo. Uma das maiores legendas do Brasil, o partido de Milton Leite tem cargos no Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, e também nas administrações regionais.
A relação no entanto estremeceu nos últimos meses, com declarações públicas de Leite dizendo que haveria possibilidade de o partido buscar um outro caminho na eleição.
À CNN, interlocutores da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) chegaram a mencionar uma tentativa de afastar União Brasil e MDB via Brasília, já que o partido de Leite faz parte da base de Lula (PT).
O movimento, no entanto, não foi exitoso. Hoje, aliados de Boulos entendem que não há clima para que o União Brasil se junte à coligação de esquerda que tem PT, PSOL, PC do B, Rede e PV.
O plano B do União Brasil seria, então, um eventual alinhamento com Pablo Marçal (PRTB), que resiste à aproximação.
A reunião de Nunes e Leite será realizada sob pressão de aliados dos dois lados por um armistício. Para interlocutores ouvidos pela CNN, o divórcio dos dois aliados políticos seria ruim para ambos os lados.
Fontes ouvidas pela CNN apontam que Milton Leite estaria descontente com a falta de protagonismo que o União Brasil teve até agora na construção da chapa, que terá na vice um filiado ao PL, o coronel Mello Araújo, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Teria pesado também a pressão sobre Leite na investigação da infiltração do PCC no transporte público de São Paulo, seguido de um não apoio da prefeitura a ele no caso.
O presidente da Câmara atua nessa área e foi o responsável por um acordo recente que evitou uma greve de ônibus na capital paulista.