Filho de Bolsonaro critica Pablo Marçal por “recorte malicioso” de vídeo
Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) reconheceu vantagens do candidato, mas fez críticas ao empresário que tentará a prefeitura de São Paulo pelo PRTB
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) fez uma postagem em suas redes sociais para criticar um corte supostamente feito por Pablo Marçal (PRTB) de uma entrevista do filho de Jair Bolsonaro à Gazeta do Povo.
No texto, Eduardo chama o recorte de “malicioso” e diz que o pré-candidato “seleciona apenas os trechos onde eu comento sobre a parte positiva a respeito dele, removendo as ressalvas”.
Na entrevista, Eduardo Bolsonaro (PL) chama Marçal de inteligente, mas diz que o empresário “carece de história”.
Ele ainda questionou onde estava Marçal nas eleições de 2022, na prisão de Daniel Silveira e dos acusados de tentativa de golpe pelo 8 de janeiro.
Ao comparar o empresário com a ex-deputada federal Joice Hasselmann, que passou de aliada a inimiga do bolsonarismo, o filho de Bolsonaro ainda defende que se tenha um “pé atrás” com Marçal.
O movimento vem em meio a uma sinuca de bico para o bolsonarismo. Para parte dos militantes do movimento de apoio ao ex-presidente, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não representaria a raiz desse fenômeno político.
Por mais que o próprio Bolsonaro, seus filhos e os aliados mais próximos declarem voto e defendam o prefeito, as pesquisas mostram que uma fatia do eleitorado bolsonarista prefere Marçal.
“Sobre meu voto em São Paulo, adianto que votarei no candidato apoiado por Jair Bolsonaro: Ricardo Nunes”, disse Eduardo Bolsonaro na postagem no Instagram.
“Relembro que, antes da eleição de 2018, o PSL tinha 3 deputados federais e, após a eleição, saltou para 52, sendo que 50 pisavam no Congresso pela 1ª vez. Em nove meses, metade pulou para o lado fisiológico da política, mesmo tendo sido eleitos prometendo apoiar Bolsonaro.”
“Não estou falando que o Marçal é um novo [Alexandre] Frota ou Joice H., mas ‘de boas intenções o inferno está cheio'”, disse o deputado filho do ex-presidente.
Marçal se tornou uma pedra no sapato do atual prefeito, de acordo com o entorno de Nunes. Se não havia tanta preocupação com a possível candidatura do apresentador José Luiz Datena (PSDB), o cenário é diferente com Marçal.
Integrantes de campanhas adversárias às de Nunes reconhecem que Marçal poderia produzir um efeito positivo, dividindo os votos potenciais do prefeito e oferecendo uma contraposição dentro do campo da direita.
A estratégia da campanha de Nunes foi aceitar como vice o coronel Mello Araújo, indicado por Bolsonaro, para evitar a debandada dos aliados do ex-presidente.
Mas a presença de Bolsonaro na campanha é vista como faca de dois gumes por integrantes da campanha, pois da mesma forma que atrai uma fatia do eleitorado, acaba afastando outra. Por isso a ideia, neste momento, é usar a imagem e o apoio de Bolsonaro “com moderação”.
A CNN procurou Pablo Marçal para comentar as declarações de Eduardo Bolsonaro e aguarda resposta.