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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    STF vê elementos suficientes para denúncia de Bolsonaro no caso das joias

    Ministros entendem que indícios apontados pela PF dispensam diligências complementares

    O relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo esquema da venda ilegal de joias no exterior já traz provas suficientes para o oferecimento de denúncia, dizem ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    De acordo com fontes da Corte, as evidências coletadas até o momento são de “extrema gravidade” e dispensam a necessidade de diligências complementares.

    O relatório foi encaminhado pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem três caminhos: oferecer denúncia, determinar novas providências ou pedir o arquivamento.

    O procurador-geral, Paulo Gonet, ainda está analisando os autos para decidir qual caminho seguir. Uma das possibilidades é “juntar” todos os indiciamentos feitos contra Bolsonaro em uma denúncia única.

    O ex-presidente já foi indiciado pelo esquema das joias e pela suposta fraude no cartão de vacinação. Também há expectativa de indiciamento, nas próximas semanas, no inquérito que apura a tentativa de um golpe de Estado.

    A hipótese de unificar tudo isso é cogitada por Gonet por dois motivos: robustecer as provas e, ao mesmo tempo, adiar o oferecimento de denúncia para um momento posterior às eleições municipais.

    Apesar da leitura do STF sobre a consistência do relatório da PF, auxiliares do procurador-geral o descrevem como uma pessoa cautelosa, que não descarta pedir mais diligências.

    A expectativa quanto a esse cenário aumentou especialmente depois que a própria PF detectou um equívoco nas cifras envolvidas na venda das joias e solicitou ao Supremo uma correção no relatório.

    Interlocutores de Gonet afirmam que, conhecendo o procurador-geral, ele não vai deixar esse fato passar batido — e pode até mesmo solicitar à PF uma explicação mais detalhada do motivo do erro.

    Isso viria a calhar para o “timing” de uma eventual denúncia, que ficaria para depois da eleição de outubro. Gonet tem dito a pessoas próximas que quer evitar que seus atos sejam utilizados na campanha eleitoral ou sejam interpretados como perseguição política.

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