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    Perfil no X que criticava atuação do governo Bolsonaro na área ambiental foi alvo da “Abin paralela”, diz PF

    Chefe de instância da Abin apontou "O FISCAL do IBAMA" como um dos "perfis criminosos para análise e identificação"

    Henrique Sales Barrosda CNN , São Paulo

    A estrutura de espionagem ilegal que existia na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mirou um perfil no X (ex-Twitter) que fazia oposição à política ambiental do governo de Jair Bolsonaro (PL), segundo a Polícia Federal (PF).

    Em mensagens em aplicativo de mensagens em outubro de 2021, o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet apontou o perfil “O FISCAL do IBAMA” (@fiscaldoibama) como um dos “perfis criminosos para análise e identificação”.

    A “análise e identificação”, segundo a PF, ocorreria por meio de levantamento de informações sobre os alvos e do programa espião FirstMile, comprado durante a gestão Bolsonaro e que é capaz de detectar a localização de aparelhos celulares.

    Bormevet foi chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Abin. A mensagem se dirigia ao então subordinado Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.

    Ambos foram presos nesta quinta-feira (11), em nova fase de operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto uso da aparelhagem da Abin para espionagens e monitoramentos ilegais. A CNN busca contato com as defesas de Bormevet e Gianrcarlo para um posicionamento.

    No X, o perfil “O FISCAL do IBAMA”, mantido de forma anônima e ativo ainda hoje, repecurtiu a revelação. “Incomodamos tanto que fomos investigados pela ‘Abin paralela'”, afirmou.

    Ainda na área ambiental, o servidor Hugo Loss, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), também teria sido um dos alvos da “Abin paralela”, por ser um nome que estaria “dando trabalho à gestão”, segundo o inquérito da Polícia Federal (PF).

    “O ‘trabalho’ dado à gestão seria o cumprimento de seus deveres funcionais no combate aos crimes ambientais, inclusive em operações da própria Polícia Federal”, de acordo com a corporação.

    Loss foi exonerado de posto de coordenador de fiscalização do Ibama no início de 2020, após participar de uma operação que mirava a prática de garimpo ilegal no sul do Pará.

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