Pesquisa CNN: Maioria dos eleitores acha que democratas teriam mais chances sem Biden
Índice de aprovação do presidente também atingiu uma nova baixa após desempenho ruim no primeiro debate


Três quartos dos eleitores dos Estados Unidos acham que o partido Democrata teria mais chances de manter a Presidência em 2024 com um candidato que não seja Joe Biden, de acordo com uma nova pesquisa da CNN conduzida pela SSRS.
O índice de aprovação de Biden também atingiu uma nova baixa após desempenho ruim no primeiro debate da campanha presidencial deste ano.
Em um provável confronto entre o democrata e Donald Trump, o republicano aparece à frente por 6 pontos percentuais: 49% a 43%.
O resultado é idêntico ao da pesquisa nacional da CNN sobre a corrida presidencial em abril e consistente com a liderança que Trump manteve na pesquisa da CNN até o outono passado.
A pesquisa também indica que cada candidato consolidou apoio entre seus próprios partidários nos últimos meses — período em que houve a condenação de Trump por acusações criminais em um tribunal de Nova York e o primeiro debate eleitoral geral da disputa.
Entretanto, os eleitores independentes parecem cada vez mais relutantes em apoiar qualquer um dos dois.
Kamala Harris e outros possíveis substitutos de Biden
A pesquisa também revelou a vice-presidente Kamala Harris a uma distância impressionante de Trump em um confronto hipotético: 47% dos eleitores registrados apoiam Trump, e 45%, Harris.
O resultado, considerando a margem de erro, indica que não há um líder claro em um cenário como este.
O desempenho ligeiramente mais forte de Harris contra Trump se deve, pelo menos em parte, ao apoio mais amplo de mulheres (50% das eleitoras apoiam Harris em vez de Trump, enquanto 44% preferem Biden contra Trump) e eleitores independentes (43% escolheriam Harris, e 34%, Biden contra Trump).
Vários outros democratas foram mencionados como potenciais substitutos de Biden nos últimos dias, e todos estão está atrás de Trump entre os eleitores registrados, com níveis de apoio semelhantes aos de Biden.
Em um possível confronto com Trump, essas são as intenções de voto:
- 48% votariam em Trump; 43% votariam no governador da Califórnia, Gavin Newsom
- 47% votariam em Trump; 43% votariam no secretário de transportes Pete Buttigiege
- 47% votariam em Trump; 42% votariam na governadora do Michigan, Gretchen Whitmer
A campanha de Biden insistiu que ele não desistirá da disputa e, embora algumas fontes democratas tenham discutido em particular a possibilidade de substituí-lo, qualquer caminho seria logisticamente difícil e politicamente arriscado.
Apoio nos partidos e entre independentes
O apoio a Biden entre os eleitores democratas aumentou de 85% em abril para 91%, enquanto 93% dos republicanos apoiam Trump (quase o mesmo índice desde abril).
O ex-presidente mantém uma vantagem de aproximadamente 10 pontos percentuais entre os eleitores independentes (44% a 34% na nova pesquisa), enquanto a parcela de independentes que não escolhem nenhum candidato ou dizem que não planejam votar subiu de 15% para 21%.
Tanto os apoiadores de Biden quanto de Trump estão mais propensos a dizer que sua escolha é um voto afirmativo de apoio em vez de um contra o candidato do partido oposto, mas a eleição continua sendo motivada mais por sentimentos sobre Trump do que sobre Biden.
Dois terços (66%) dos apoiadores de Trump dizem que estão votando principalmente nele em vez de “contra Biden”. Em janeiro, o índice era de 60%.
Enquanto isso, 37% dos apoiadores de Biden dizem que seu voto é mais para o presidente do que contra o republicano. No início do ano, este valor era de 32%.
No entanto, 56% dos democratas e eleitores registrados com inclinação democrata dizem que o partido tem melhor chance de chegar à Presidência com alguém que não seja Biden, enquanto 43% dizem que o partido tem uma chance melhor com ele como candidato.
A confiança dos democratas nas chances de Biden para vencer as eleições não aumentou desde que ele garantiu a nomeação do partido nas primárias.
Em janeiro, 53% achavam que o partido teria uma chance melhor com outro candidato que não fosse Biden, e 46% se sentiam mais confiantes com o atual presidente disputando.
Ao mesmo tempo, os eleitores alinhados aos republicanos se tornaram consideravelmente mais confiantes sobre suas chances de vencer com Trump do que sem ele: 83% agora dizem que o partido Republicano tem uma chance melhor de vencer com Trump disputando, em comparação com 72% que pensavam desta maneira em janeiro.
Índice de aprovação de Biden cai
O índice de aprovação de Biden caiu para uma nova baixa entre todos os americanos (36%), com 45% agora dizendo que desaprovam fortemente seu desempenho, uma nova alta na pesquisa da CNN.
Entre o público total dos EUA, o “índice de favorabilidade” de Biden é de 34%, com 58% o vendo de maneira desfavorável.
E embora muitos dos nomes democratas cogitados como possíveis substitutos de Biden sejam menos rejeitados, nenhum teria mais “boa vontade pública”. Em vez disso, eles são menos conhecidos.
Kamala Harris, a atual vice-presidente, é a mais reconhecida, com um índice de favorabilidade de 29%. Outros 49% a avaliam desfavoravelmente, e 22% dizem que não têm opinião ou nunca ouviram falar dela.
Cerca de metade do público não tem opinião sobre Buttigieg (50%) e Newsom (48%), com cerca de dois terços (69%) não sabendo opinar sobre Whitmer.
Os eventos dos últimos meses fizeram pouco para mudar a imagem de Trump de qualquer forma.
Desde abril, Trump foi considerado culpado em 34 acusações de falsificação de registros comerciais e teve um desempenho no Debate da CNN amplamente visto como uma vitória.
Segundo a pesquisa, 76% dos eleitores que assistiram ou acompanharam as notícias sobre o debate dizem que ele fez um trabalho melhor, enquanto apenas 23% dizem que Biden fez.
Mesmo assim, a classificação de favorabilidade de Trump continua profundamente negativa: 39% têm uma visão favorável do ex-presidente, e 54% têm visão desfavorável, quase o mesmo que tem sido desde o outono passado.
O grupo de eleitores “double-hater” — aqueles com visões desfavoráveis de Biden e Trump — continua quase o mesmo: 18% se enquadram nessa categoria e se dividem a favor de Trump, 41% a 31%.
Já em um confronto genérico no Congresso dos Estados Unidos, a pesquisa indica uma disputa quase equilibrada pela Câmara dos Deputados: 47% dos eleitores registrados em todo o país escolheriam o candidato republicano em seu distrito, 45%, o democrata.
Pontos fortes e fracos dos candidatos
Cerca de 9 em cada 10 eleitores registrados na pesquisa (91%) dizem que há diferenças importantes entre Trump e Biden.
Quando solicitados para explicar essas diferenças, os eleitores mencionam com mais frequência honestidade, capacidade de lidar com o trabalho e serviço ao país acima de si mesmos como fatores distintivos.
Entre os apoiadores de Biden, 31% dizem que a diferença mais importante está em torno da honestidade e integridade, enquanto a principal resposta entre os apoiadores de Trump é aptidão para o trabalho (24% dizem isso).
Os eleitores parecem ter perguntas significativas sobre o tratamento de Biden em questões-chave e suas habilidades físicas e mentais.
Eles confiam em Trump em vez de Biden em duas das três questões que consideram mais importantes para sua escolha para presidente.
Trump lidera nas questões de economia e imigração por cerca de 20 pontos, com Biden mantendo uma ligeira vantagem de 5 pontos na proteção da democracia.
Quando questionados sobre se certos atributos eram motivos para votar a favor ou contra cada candidato, 72% dos eleitores dizem que as habilidades físicas e mentais de Biden são um motivo para votar contra ele em vez de a favor dele.
Para Trump, as opiniões são estreitamente positivas: 43% veem suas habilidades físicas e mentais como um ponto positivo e 39% como um ponto negativo.
Além das vantagens de Trump na economia e imigração, o ex-presidente é mais confiável do que Biden em política externa (46% a 36%) e no desempenho do papel de “comandante-em-chefe” (43% Trump a 35% Biden).
Os pontos fortes de Biden são as questões aborto e direitos reprodutivos (44% confiam em Biden, 32% Trump) e assistência médica (44% Biden a 34% Trump).
Um grupo diz que não confia nem em Biden nem em Trump para unir o país (39% se sentem assim), enquanto 31% dizem que confiam mais em Biden para isso, e 30% em Trump.
O comportamento e temperamento de Biden — um ponto forte para ele na eleição presidencial de 2020 — é um ponto neutro para ele agora, embora seja algo negativo para Trump (41% veem isso como um motivo para votar contra Biden e 39% um motivo para votar nele, em comparação com 57% descrevendo comportamento e temperamento como um motivo para votar contra Trump).
Convencendo eleitores
O desafio central do presidente na sua tentativa de reeleição continua a ser conquistar eleitores céticos e persuasíveis, e a sondagem sugere que nem Biden nem Trump os conquistaram ainda.
Entre todos os eleitores registados, 31% dizem que podem mudar de ideias até ao dia das eleições ou não apoiam um candidato específico. Cerca de 7 em cada 10 eleitores apostam fortemente em Trump – 53% a 45%.
Para ultrapassar Trump, Biden teria de trazer para o seu lado uma parte significativa destes eleitores , embora atualmente dividam 39% para Trump e 37% para Biden em um confronto bilateral.
Cerca de 8% dizem que apoiariam outra pessoa e 14% que não pretendem votar.
Estes eleitores persuasíveis são mais propensos a não gostar de Trump e Biden (38% têm uma visão desfavorável de ambos os candidatos, em comparação com 9% entre os eleitores que fizeram uma escolha) e são menos propensos a ver diferenças importantes entre Biden e Trump (18 % dizem que são praticamente iguais, em comparação com 5% dos que fizeram uma escolha).
É também mais provável que estes eleitores apoiem um democrata alternativo contra Trump do que escolham Biden.
Em confrontos hipotéticos, eles dividem 47% para Harris contra 34% para Trump, 42% para Newsom contra 36% para Trump e 42% para Buttigieg contra 35% para Trump.
Metodologia
A pesquisa da CNN foi conduzida pela SSRS de 28 a 30 de junho entre uma amostra nacional aleatória de 1.274 adultos selecionados de um painel baseado em probabilidade, incluindo 1.045 eleitores registrados.
As pesquisas foram conduzidas on-line ou por telefone com um entrevistador ao vivo.
Os resultados entre a amostra completa têm uma margem de erro de amostragem de mais ou menos 3,5 pontos percentuais. Para resultados entre eleitores registrados, é mais ou menos 3,7 pontos.
*Edward Wu e Dana Elobaid, da CNN, contribuíram para esta reportagem