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    Denúncias de violência contra idosos crescem em 2024

    Nesta semana, um idoso de 77 anos faleceu após ser agredido com um golpe no tórax, em Santos, no litoral paulista

    Beto Souzada CNN , São Paulo

    Nesta semana, um idoso de 77 anos faleceu após ser agredido com um golpe no tórax, em Santos, no litoral paulista. Segundo a Polícia Militar, a agressão ocorreu quando o idoso atravessava a rua com seu neto. O episódio acontece na semana do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, que acontece anualmente no dia 15 de junho.

    O Disque 100, responsável por receber denúncias de agressão contra idosos, registrou aumento de 14% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos seis primeiros meses de 2023, foram registradas mais de 65 mil denúncias de violência.

    No mesmo período em 2024, mais de 74 mil queixas chegaram ao Ministério dos Direitos Humanos. A violência contra as pessoas idosas é um dos temas abordados pelo ministério no mês de junho.

    Ministério credita aumento dos números em fatores positivos

    Em declaração feita à CNN, o Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, explica que os números, embora alarmantes, representam a credibilidade do canal de denúncia.

    “Nós conseguimos retomar a credibilidade e a expansão do Disque 100, que é a nossa ouvidoria, também pela rede social e pelo telefone”, aponta Alexandre.

    Além da efetividade dos canais de denúncias, a divulgação e conscientização desse público é o que ajuda o ministério a registrar mais casos. Para além das violências flagrantes, como no caso do homem de 77 anos, existe ainda muita alienação sobre os direitos desse público.

    “É muito importante esse letramento que nós estamos criando, que serve para as pessoas idosas identificarem quais são as violências que as afetam”, complementa Alexandre.

    Quais as medidas adotadas para tratar o assunto?

    Na visão do porta-voz, a secretaria faz o trabalho na articulação e fortalecimento de programas com outros ministérios. Para ele, é preciso “fortalecer a rede de atores envolvidos na proteção dos direitos das pessoas idosas”.

    Uma das medidas defendidas por ele é o fortalecimento do Programa Envelhecer nos Territórios, lançado em março deste ano, que visa a criação de órgãos que sejam responsáveis por gerir políticas públicas nos estados e municípios.

    Violências de origem financeira e patrimonial lideram ranking

    Entre as diversas formas de violência, as de origem financeira e patrimonial se destacam como as mais frequentes, causando danos materiais e emocionais significativos às vítimas. O secretário aponta que muitos idosos não possuem conhecimento sobre seus direitos e como se proteger contra golpes e fraudes.

    “Queremos fazer um atendimento presencial para a gente falar de empréstimos, por exemplo, numa linguagem mais acessível, uma linguagem simples”, revela Alexandre da Silva.

    Ações preventivas e denúncia

    Para o Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, é preciso combater as formas de violência por meio de medidas que promovam a proteção dos idosos, a prevenção de crimes e a punição dos responsáveis com “a participação de todo o segmento da sociedade”.

    Na visão dele, é preciso que as pessoas não naturalizem nenhuma situação de agressão. E para isso, faz um alerta.

    “Se alguma pessoa pegou o seu dinheiro, não deixou você manejar o seu próprio dinheiro, o seu benefício, a sua aposentadoria, e, se você não gostou desse comportamento, denuncie!”, reforça Alexandre.

    De acordo com Alexandre, a denúncia é o primeiro passo para o estado cumprir seu papel. “É função do Estado procurar meios para que a pessoa idosa se sinta cada vez mais segura e com respeito aos seus direitos”, conclui Silva.

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