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    Polícia da Argentina entra em confronto com manifestantes do lado de fora do Congresso

    Senadores analisam Megaprojeto de Lei proposto pelo presidente Javier Milei

    Luciana TaddeoTiago Tortellada CNN , Em Buenos Aires e São Paulo

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    A polícia entrou em confronto com manifestantes do lado de fora do Congresso da Argentina, em Buenos Aires, nesta quarta-feira (12), enquanto os senadores discutem o Megaprojeto de Lei proposto pelo presidente Javier Milei.

    A CNN flagrou um carro de uma estação de rádio em chamas. Além disso, a Todo Notícias, afiliada da CNN, registrou um segundo veículo queimado e pessoas jogando pedras e garrafas e incendiando lixeiras.

    Ao menos 18 pessoas foram detidas e 4 policiais ficaram feridos, ainda segundo a Todo Notícias.

    As forças de segurança utilizaram um caminhão com canhão d’água, motos e balas de borracha para tentar dispersar os manifestantes.

    Confronto entre polícia e manifestantes do lado de fora do Congresso da Argentina
    Confronto entre polícia e manifestantes do lado de fora do Congresso da Argentina / CNN

    Desde cedo, foi possível perceber a tensão entre as pessoas reunidas para protestar e os policiais, que chegaram a usar spray de pimenta contra deputados da oposição.

    Até o momento, não há relatos oficiais de feridos, mas jornalistas da CNN testemunharam paramédicos ajudando pessoas machucadas.

    Governo diz que “terroristas” tentaram “golpe de Estado”

    O governo argentino, por meio de publicação no X, parabenizou as forças de segurança e afirmou que “grupos terroristas” tentaram um “golpe de Estado, atentando contra o funcionamento normal do Congresso”.

    Patricia Bullrich, ministra da Segurança, também se pronunciou, destacando que “fomos proteger o Congresso e eles responderam com pedras e fogos. Respondemos imediatamente”.

    Ela adicionou que cada um dos responsáveis por incendiar um veículo de uma estação de rádio vão pagar com uma pena “que não será leve”.

    Desafio e aposta do governo Milei

    O Megaprojeto de Lei é um grande desafio para a administração de Javier Milei, mas também uma aposta do novo presidente.

    Ele dá poderes especiais para Milei governar por decreto em diversas áreas, permite a dissolução de organismos públicos e privatizações de estatais, altera leis trabalhistas e dá incentivos fiscais para empresas estrangeiras que queiram investir no país.

    Ainda assim, foi necessário que Milei fizesse diversas concessões para que o texto pudesse avançar.

    O documento foi aprovado na Câmara, e agora é analisado pelos senadores. Entretanto, como houve modificações em relação ao texto que passou na Câmara, ele precisará ser analisado novamente por esta Casa legislativa se for aprovado no Senado.

    Confronto entre polícia e manifestantes do lado de fora do Congresso da Argentina
    Confronto entre polícia e manifestantes do lado de fora do Congresso da Argentina / CNN

    O que é o megaprojeto de lei de Milei?

    A “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, também conhecido como megaprojeto de lei, foi apresentado nos primeiros dias do governo de Javier Milei.

    O documento original possuía 664 artigos. Depois de muita articulação política e debate, a Câmara aprovou um texto com 232 artigos, quase um terço do projeto original.

    O pacote inclui diversas modificações e medidas, incluindo a declaração de “emergência pública em questões administrativas, econômicas, financeiras e energéticas pelo período de um ano”.

    A medida daria a possibilidade ao Poder Executivo para legislar nessas áreas sem precisar passar pelo Congresso.

    Entretanto, o governo teve que ceder novamente em relação a alguns pontos para que ele fosse analisado pelo Senado.

    A Aerolíneas Argentinas, Radio y Televisión Argentina (RTA) e Correo Argentino foram excluídas das empresas públicas viáveis ​​para privatização.

    Além disso, foram eliminadas a reconfiguração da moratória previdenciária e a criação do Benefício de Aposentadoria Proporcional para quem atingiu a idade de aposentadoria, mas não os 30 anos de contribuições exigidas.

    *com informações da CNN Espanhol

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