Em carta, Conmebol critica declarações de Wenger e aumento de substituições
Ex-técnico francês disse que se Kylian Mbappé "tivesse nascido em Camarões, não haveria se transformado no atacante que é hoje"


A Conmebol divulgou, na noite desta terça-feira (14), trechos de uma carta enviada à Fifa na qual criticou as recentes declarações de Arsène Wenger, chefe de departamento da entidade máxima do futebol, e a mudança de regra que permite cinco substituições em jogos oficiais.
Wenger, ex-técníco do Arsenal e representante de Desenvolvimento Global de Futebol da Fifa, disse recentemente que se o atacante francês Kylian Mbappé “tivesse nascido em Camarões, não haveria se transformado no atacante que é hoje”.
“Existe a Europa e existe o resto do mundo. E o resto do mundo precisa de ajuda, se não vamos perder muitos talentos”, afirmou Wenger em um congresso de técnicos realizado na Alemanha no início do mês.
Em comunicado, a Conmebol afirmou que “rejeita e condena as infelizes expressões do alto funcionário da Fifa”. A entidade afirma que o talento dos jogadores africanos e sul-americanos deve ser valorizado e respeitado.
“As palavras de Wenger – além de revelar uma ignorância incomum sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos no futebol mundial, especialmente no futebol europeu – mostram um viés preconceituoso que torna invisíveis os esforços dos jogadores de futebol e das instituições esportivas que não estão na Europa”, declarou a Conmebol.
Maior número de substituições
A entidade sul-americana também criticou a recente aprovação definitiva de cinco substituições em jogos oficiais pelo Conselho Internacional de Futebol (IFAB, na sigla em inglês).
Para a Conmebol, a medida foi adotada “sem um processo de consulta que claramente teria enriquecido o debate”. “Se as mudanças que têm efeitos globais em nosso esporte forem decididas unilateralmente, elas podem gerar irritação e desconfiança”.
No comunicado, a Conmebol não declara opinião contrária ou a favor de tal mudança.