Brasil tem democracia barulhenta, mas que é robusta e respeitada no exterior, diz Guedes
Ministro falou sobre a percepção estrangeira sobre a democracia brasileira e as recentes desavenças entre Executivo, Judiciário e Legislativo
O Brasil tem uma democracia barulhenta, mas que é robusta e vista com respeito pelos estrangeiros. A avaliação foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista coletiva de avaliação após participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos. “É barulhenta, mas é democracia. Barulhenta, mas funcional”, resumiu Guedes.
Em longa conversa com a imprensa brasileira, o ministro falou sobre a percepção estrangeira sobre a democracia brasileira e as recentes desavenças entre Executivo, Judiciário e Legislativo.
“Democracia é um algoritmo de decisão política descentralizada. E, por isso, faz barulho. O presidente fala uma coisa, o Supremo fala outra e o Congresso outra. É normal numa democracia”. “É uma democracia robusta, resiliente. Barulhenta, porém resiliente”, completou.
Guedes avalia que a democracia brasileira passa, atualmente, por um processo de “demarcação de território”. “Eles tentam marcar território. Às vezes, o Supremo tenta marcar do lado do IPI ou ICMS. Aí, o Legislativo precisa avisar que quem legisla ‘somos nós’”, explicou o ministro, ao também lembrar de nomeações do Executivo que foram barradas pelo Supremo como outro exemplo.
Aos jornalistas, o ministro disse que, durante o Fórum Econômico Mundial, só foi questionado uma vez sobre o processo eleitoral. Para Guedes, estrangeiros respeitam a democracia brasileira.
“Havia certa descrença com a funcionalidade da democracia brasileira porque muita gente vendia que havia risco com a vitória de Bolsonaro, mas ele tem direito à opinião dele. E essa descrença acabou. Hoje, eles (estrangeiros) olham com respeito”, disse.