Prazo de implementação do open finance foi curto, diz diretor do BC
Segundo Otavio Damaso, até o momento foram registrados 5 milhões de autorizações para o compartilhamento de dados
O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otavio Damaso, afirmou nesta quarta-feira (25) que os prazos para a implementação do open finance no Brasil foram curtos considerando a amplitude do programa, mas ele comemorou a aceitação no país do sistema que permite o compartilhamento consentido de dados de clientes de instituições financeiras.
Segundo Damaso, até o momento foram registrados 5 milhões de autorizações para o compartilhamento de dados e há um total de cerca de 800 instituições participando do ecossistema do open finance, o que ele classificou como um “caminho sem volta”.
“Os prazos foram de certa forma audaciosos aqui no mercado brasileiro. A gente colocou um período muito mais curto do que a gente observou em outros países para um modelo que era muito mais amplo”, disse Damaso ao participar do evento “Digital Money Meeting”.
“Hoje com certeza é um sucesso, mas a gente tem que reconhecer que o prazo foi curto”, afirmou, acrescentando que a pandemia trouxe desafios adicionais às instituições financeiras nesse processo.
A implementação do open finance começou oficialmente em fevereiro de 2021, quando as instituições financeiras passaram a ter que disponibilizar de forma mais ampla informações sobre as características e preços dos seus produtos.
As fases seguintes do sistema, que inicialmente vinha sendo chamado pelo BC de open banking, envolveram a autorização para o compartilhamento de dados dos clientes de serviços financeiros, incluindo seguros e câmbio, e a possibilidade de usuários do Pix fazerem pagamentos por meio de aplicativos que não sejam do seu banco de origem, como em lojas de e-commerce.
Para Damaso, as novidades trazidas pelo open finance que tendem a ter maior apelo para os consumidores em um primeiro momento são a integração dos dados, que permite a visualização completa da situação financeira em um único ambiente, e o processo de inicialização de pagamentos fora da plataforma do banco do consumidor.
“Mas com certeza vão surgir inúmeros novos serviços que sequer o cidadão vai saber que aquilo é fruto do projeto de open finance, mas vão trazer muitos benefícios para ele.”
Para o diretor, assim que os novos produtos ganharem visibilidade, os números de adesões vão “explodir”, em processo que deve ser puxado pelas demandas das pessoas jurídicas.