FMI quer mobilizar US$ 45 bi em novo fundo para ajudar gama mais ampla de países
Fundo de Resiliência e Sustentabilidade, iniciativa aprovada em outubro passado, mira em mudanças climáticas e outros desafios de longo prazo, como preparação para pandemias
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera mobilizar cerca de US$ 45 bilhões num novo fundo para ajudar uma gama mais ampla de países, incluindo algumas economias de renda média, a lidar com as mudanças climáticas e outros desafios de longo prazo.
As informações constam em um documento preparado pelo corpo técnico da entidade e visto pela Reuters.
O conselho executivo do FMI deve aprovar ainda nesta quarta-feira (13) os planos para o novo Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST, na sigla em inglês), que foram elaborados pela equipe do FMI depois que o Grupo dos 20 de grandes economias apoiou a criação do instrumento em outubro.
Quase 3/4 dos 190 membros do FMI seriam elegíveis para empréstimos sob o novo fundo, a primeira linha de crédito do credor global criada expressamente para ajudar os países a gerenciar riscos causados por desafios de longo prazo, disse o FMI no documento.
“Hoje, mesmo que os países membros do FMI enfrentem os desafios imediatos do aumento da inflação, do espaço fiscal limitado e da recuperação da pandemia – agravados pelos riscos associados à guerra na Ucrânia – eles também estão pedindo ao Fundo que ajude a responder a desafios de longo prazo, como mudanças climáticas e preparação para pandemias”, mostrou o documento.
O RST, proposto pela primeira vez pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em junho, preencheria a falta de instrumentos com foco no investimento de prazo maior e ofereceria aos países financiamento acessível por longos períodos de pagamento.
O FMI disse que planeja começar a emprestar sob o programa até outubro.
A entidade estaria disponível para países de baixa renda e de renda média vulneráveis, incluindo Estados pequenos, muitos dos quais foram particularmente atingidos pela pandemia e seu impacto econômico.
Para se qualificar para empréstimos sob o novo RST, os países ainda precisariam desenvolver “políticas confiáveis e medidas de reforma”, ter dívida sustentável e capacidade adequada para reembolsar o FMI, além de fazer parte de um programa de financiamento concorrente ou não financiado pelo FMI, disse o documento.
Membros mais ricos do FMI poderiam contribuir para o fundo doando direitos especiais de saque (SDRs, na sigla em inglês) não utilizados de uma alocação de US$ 650 bilhões aprovada em agosto passado.