Vendas do comércio brasileiro crescem 1,1% em fevereiro, segunda alta seguida
Expectativa do mercado ficava em torno de uma alta de 0,1% na comparação mensal e de queda de 1,1% na anual
As vendas no comércio varejista brasileiro cresceram 1,1% em fevereiro ante janeiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (13), na segunda alta mensal consecutiva. Em janeiro, o setor havia registrado alta de 2,1% em relação a dezembro. O número de janeiro, antes de 0,8%, foi revisado.
Na comparação com fevereiro de 2021, o avanço foi de 1,3%, após queda de 1,5% em janeiro de 2022.
Com o dado de fevereiro, o setor fica 1,2% acima do patamar pré-pandemia, e 4,9% abaixo do pico da série histórica, verificado em outubro de 2020. No ano, o varejo acumula queda de 0,1% e, nos últimos 12 meses, alta de 1,7%.
A expectativa do mercado ficava em torno de uma alta de 0,1% na comparação mensal e de queda de 1,1% na anual.
“Em dezembro de 2021 o comércio atingiu um nível mínimo em muito tempo, só perdendo para o começo da pandemia. Agora, dois anos depois da pandemia, chegou a 1,2% acima do patamar pré pandemia”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Cresceu, mas o comércio ainda segue num nível baixo”.
Os resultados positivos do varejo se dão apesar da inflação elevada no país, que corrói a confiança e a renda do consumidor, e do desemprego ainda alto.
O desempenho do varejo soma-se ao crescimento de 0,7% da indústria em fevereiro depois de tropeço no início do ano. Por outro lado, o volume de serviços sofreu com a inflação e teve queda inesperada de 0,2% no mês.
Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas em fevereiro, segundo o IBGE, com destaque para combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%), que tiveram o maior impacto no índice.
Segundo o IBGE, boa parte desse resultado se deve a promoções realizadas por empresas, principalmente de vestuário e móveis.
Também tiveram alta em fevereiro outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%).
A maior alta, porém, veio do segmento de livros, jornais, revistas e papelaria, com alta mensal de 42,8%. Essa atividade, que vem perdendo representatividade no mercado, se beneficiou pela compra de livros didáticos, comum nesta época do ano.
Esse avanço, porém, não foi suficiente para recuperar os níveis anteriores, já que algumas atividades didáticas continuam no ambiente online”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Por outro lado, recuaram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-5,6%) depois de três altas seguidas, enquanto o setor de equipamentos e material para escritório informática e comunicação ficou estável.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou ganho de 2,0% no volume de vendas, com a alta 5,2% dos veículos compensando a queda de 0,4% de material de construção.
*Com Reuters