Haddad culpa cenário externo nos EUA e Oriente Médio por alta do dólar
Moeda norte-americana subiu mais de 1,5% cotado a R$ 5,266
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o cenário externo explica dois terços do que está acontecendo no Brasil, ao ser questionado sobre a valorização do dólar frente ao real.
Há, pouco, o dólar estava cotado a R$ 5,2665, em alta de 1,57%.
“Tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos Estados Unidos e o dólar está se valorizando frente às demais moedas”, disse ele, em conversa com jornalistas, em Washington DC.
Segundo Haddad, pesam a atividade econômica nos Estados Unidos, a inflação americana de março que, na sua visão, ainda não foi devidamente digerida, o conflito no Oriente Médio, que escalou e “ninguém sabe como isso vai se desdobrar”, e o preço do petróleo.
“Eu diria que isso não explica tudo o que está acontecendo no Brasil, mas explica dois terços do que está acontecendo no Brasil”, avaliou o ministro.
Ele enfatizou que está havendo uma reprecificação de ativos no mundo inteiro. Haddad ponderou que hoje o México está sofrendo mais do que o Brasil. “O peso mexicano está sofrendo mais do que o real brasileiro, em virtude do fato de que está reprecificando tudo. Indonésia também”, concluiu.
Selic
O ministro da Fazenda, disse que o reajuste para cima nas projeções do mercado para a Selic é um “movimento de curto prazo e natural”, considerando “más notícias” no cenário externo e “perturbação interna” como os casos envolvendo a atuação do governo junto à Vale e à Petrobras.
“Eu considero que esse movimento de curto prazo é natural quando você tem más notícias de fora e alguma perturbação interna, Nós tivemos o episódio da Petrobras que está dissipado, tivemos discussão sobre a Vale, que é uma questão que está superada”, avaliou.
Segundo Haddad, tiveram “vários arranhões” que chamaram a atenção do mercado, mas os fundamentos da economia brasileira estão melhores do que um ano atrás, tanto do ponto de vista da receita quanto do ponto de vista da despesa. Ele disse que o País não terá nem o gasto primário e nem a receita vista no ano passado. Ambos serão melhores, garantiu.
“A receita vai ser bem melhor, a despesa vai ser bem menor”, disse o ministro.
Ele disse que as fontes para uma arrecadação melhor são as medidas enviadas ao Congresso. Quanto a um possível “esgotamento”, Haddad disse que há outras ações surgindo no front e que podem render mais receitas ao governo.
“A renovação da desoneração e, sobretudo, a questão dos municípios, nem estava no radar de ninguém”, mencionou.