Enviado da CNN à Kiev mostra viagem para deixar Ucrânia
Mathias Brotero, repórter da CNN Brasil, deixa país rumo à Polônia, após testemunhar explosões e relatar conflito
O repórter da CNN Brasil enviado à Kiev, Mathias Brotero, embarcou em um trem com destino à Varsóvia, na Polônia, junto com dezenas de pessoas que tentam fugir da guerra na Ucrânia. Segundo ele, a viagem deve durar cerca de 10 horas.
“A situação de segurança aqui em Kiev ficou complicada com a invasão do exército russo”, relatou Brotero.
Na imagem, é possível notar a quantidade de pessoas que ocupam o vagão. Segundo informações do repórter, há previsão de que a luz seja cortada da capital e faltem suprimentos nos próximos dias.
A Organização das Nações Unidas para Refugiados informou que cerca de 50 mil ucranianos já deixaram o país, fugindo principalmente para a Polônia e Moldávia.
Ao longo dos dias em que esteve em Kiev cobrindo a escalada da tensão entre a Rússia e a Ucrânia, Brotero chegou a testemunhar explosões na cidade.
“O som das bombas é algo que eu nunca ouvi e nem imaginei que seria dessa maneira. Eu já vinha me preparando, mas o som é assustador”, relatou.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer de quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas antes, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”.
O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira. Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)