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    Parlamento de Israel aprova lei que permite fechar escritório da TV Al Jazeera

    Emissora com sede no Catar é acusada pelo governo israelense de fazer cobertura parcial e pró-Hamas

    Dan WilliamsEditingHugh LawsonGareth JonesAlexandra Hudsonda Reuters , Jerusalém

    O parlamento israelense, o Knesset, aprovou nesta segunda-feira (1) um projeto de lei que permite o encerramento temporário de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional. Entre elas, está a rede de televisão árabe Al Jazeera, que tem sede no Catar e um escritório em Israel.

    A lei aprovada nesta segunda-feira (1) permite que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o gabinete de segurança encerrem os trabalhos da Al Jazeera no país por um período de 45 dias. Esse prazo pode ser renovado. Desta maneira, a suspensão pode ser mantida em vigor até o final de julho ou até o final das grandes operações militares em Gaza.

    Nem o principal escritório da Al Jazeera em Israel, nem o governo do Catar responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.

    A emissora, com sede no Catar, tem noticiado a guerra entre Israel e o Hamas desde o início, quando o grupo radical atacou israelenses no dia 7 de outubro. Durante a cobertura, o canal tem feito duras críticas contra a operação militar de Israel em Gaza e já acusou o governo israelense de atacar sistematicamente seus escritórios e funcionários.

    O ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karai, acusou a Al Jazeera de encorajar hostilidades contra Israel. “É impossível tolerar um meio de comunicação, com credenciais da assessoria de imprensa do governo e com escritórios em Israel, agindo de dentro contra nós, certamente em tempo de guerra”, disse ele.

    Funeral do cinegrafista da Al Jazeera, Samer Abu Daqqa, que, segundo a emissora árabe, foi morto por um ataque de drone israelense enquanto fazia reportagem sobre atentado a uma escola que abrigava pessoas deslocadas, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza / 16/12/2023 REUTERS/Bassam Masoud

    No ano passado, em 15 de outubro, o ministro israelense acusou a Al Jazeera de incitação pró-Hamas e de expor as tropas israelenses a emboscadas. A Al Jazeera e o Catar não responderam a essas alegações.

    As autoridades israelenses se queixam há muito tempo da cobertura da Al Jazeera, mas não chegaram a tomar medidas. Isso para evitar problemas com o Catar, que financia projetos de construção na Faixa de Gaza.

    Desde a guerra, Doha mediou negociações de cessar-fogo, sob as quais Israel recuperou alguns dos reféns sequestrados pelo Hamas. No entanto, as negociações sobre para uma segunda trégua estão travadas e parecem não levar a lugar nenhum.

    Em Janeiro, Netanyahu pediu que as autoridades do Catar pressionassem o Hamas por um Catar. O país é sede de um gabinete político do grupo radical.

    Mais de 32 mil palestinos foram mortos durante a ofensiva militar de Israel em Gaza, que já dura quase seis meses, segundo as autoridades de saúde palestinas, que respondem ao Hamas.

    No ataque de 7 de outubro de 2023, o Hamas matou 1.200 pessoas e fez 253 reféns, segundo cálculos israelenses.

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