Mercados digerem dados de inflação nos EUA; “prévia do PIB” é destaque no Brasil
Os dados de inflação nos Estados Unidos pesam sob os mercados nesta sexta; no Brasil, destaque para o IBC-Br, que veio pouco abaixo do esperado
Os dados de inflação nos Estados Unidos pesam sob os mercados na manhã desta sexta-feira (11). No Brasil, o destaque para a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), pouco abaixo do esperado.
Começando pelo exterior, os futuros americanos abrem em queda, estendendo as fortes baixas de ontem. Os dados de inflação acima do esperado pelo mercado derrubaram os índices na última quinta (10). O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de janeiro subiu 7,5% no ano contra ano, maior patamar em quatro décadas.
A inflação está bem espalhada nos EUA, inclusive por serviços, provando que o problema não é mais apenas choque de oferta. O dado de inflação se somou à fala de James Bullard, membro do banco central americano (Fed, na sigla em inglês).
Depois da divulgação da inflação, Bullard também defendeu um aumento de um ponto percentual nos juros americanos até julho.
Os títulos americanos passaram de 2% pela primeira vez desde 2019. Com a renda fixa ficando mais atrativa, as bolsas caíram forte.
Reforçando a tese de inflação global e aumento de juros no mundo, México e Peru anunciaram aumento de taxas básicas de juros ontem.
Na Europa, bolsas refletem o mercado americano e operam em queda. O PIB do Reino Unido cresceu 7,5% no ano passado, recuperando a queda histórica de 9,4% em 2020. O dado veio em linha com o esperado.
Na Ásia, as bolsas seguiram o mau humor em Nova York e também fecharam em queda.
Brasil
Foram divulgados nesta manhã os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-BR), conhecido como prévia do PIB. O IBC-BR mostra que a economia brasileira avançou 0,33% em dezembro, abaixo das expectativas do mercado, que esperava uma alta de 0,6%.
No ano fechado de 2021, o IBC-BR subiu 4,5%. Esse resultado abaixo do esperado reforça a expectativa de que o PIB de 2021 deve ficar em cerca de 4,5%, em linha com as expectativas do mercado. As revisões para cima, esperadas por conta dos dados de serviços, comércio e indústria do IBGE, devem ficar para trás.
Analistas também avaliam que a PEC dos Combustíveis menos ampla do que o esperado reduz o risco fiscal.
Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil, sinalizou que o governo deve focar na desoneração do óleo diesel, com custo de R$ 18 bilhões, bem menor do que a perda de arrecadação prevista de R$ 100 bilhões por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) mais ampla.
Porém, analistas avaliam que o que vem ajudando mesmo a bolsa é o fluxo de investimentos estrangeiros. Além da rotação de commodities nos mercados globais, a China anunciou recordes em dados de crédito, mostrando que Xi Jinping está disposto a estimular a economia no ano da sua recondução ao cargo. Vale e Petrobras vêm liderando as altas.
Com isso, a Ibovespa segue descolando e ontem fechou em alta na contramão do resto dos índices globais.
O índice futuro registrava alta de 0,73% pela manhã, aos 114.104 pontos. Já o dólar recuava 0,61%, cotado a R$ 5,20, menor patamar dos últimos 5 meses. O S&P 500 futuro tinha leve queda de 0,08%.
Agenda do Dia
Além da divulgação do IBC-BR, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), participa de evento online aberto ao meio-dia. A temporada de balanços segue com a Usiminas.
Lá fora, agenda mais vazia, apenas com índices de confiança do consumidor de Michigan ao meio-dia nos Estados Unidos.