PL demite militar que trabalhava como assessor de Pazuello e é investigado por plano golpista
General da reserva, Mario Fernandes descumpria ordem de Alexandre de Moraes ao ocupar cargo de confiança do partido
O Partido Liberal demitiu o general Mario Fernandes do gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). Militar da reserva, Fernandes é um dos investigados no inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.
A demissão foi informada pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ). No comunicado interno, ao qual a CNN teve acesso, o parlamentar afirma que oficializou o desligamento do militar assim que foi informado sobre um impedimento judicial.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Mario Fernandes não poderia exercer função pública, já que é alvo das investigações.
Ele foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão, cumpridos pela Polícia Federal na Operação Veritatis, realizada em fevereiro.
Apesar da ordem, o militar seguiu no cargo de confiança do partido. A informação foi revelada pelo jornal “O Globo” e confirmada pela CNN.
Mario Fernandes foi ministro interino da Secretaria Geral da Presidência da República, na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ele aparece na gravação da reunião ministerial em que o ex-presidente cobra uma “reação” no país, caso Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições presidenciais.
De acordo com investigadores, o militar foi um dos participantes do encontro que defendeu uma medida contra o resultado das urnas.
Além disso, é apontado como um nome que instigou a cúpula militar a embarcar na trama golpista.
A CNN tentou contato com o militar e com o deputado Eduardo Pazuello e aguarda retornos.