Unidades de saúde lotadas podem expor pacientes saudáveis a diversas doenças
Tempo de espera para atendimento em hospitais aumentou após explosão de casos de Covid-19 e Influenza no país
Na edição desta quinta-feira (6) do quadro Correspondente Médica, do Novo Dia, a cardiologista Stephanie Rizk fez um alerta à população e falou sobre a hora certa de procurar um pronto-socorro, em meio ao surto de gripe e uma nova disparada de casos de Covid-19 em todo o país.
A médica disse ter notado nos últimos dias um “aumento progressivo” da procura de pacientes por hospitais. Segundo ela, o tempo de espera em unidades particulares que antes variava entre 20 e 60 minutos pulou para até 6 horas – com uma situação ainda pior em unidades públicas, impulsionada pela alta demanda.
A situação pode expor pacientes a uma série de doenças, ainda mais durante a pandemia. “Quando a gente vai ver, é um paciente jovem, sem nenhuma doença, fica esperando três horas com pouco sintoma para receber apenas um antitérmico ou um analgésico. Não justifica”, afirmou.
Para Rizk, a espera para a realização de testes como o da Covid-19 também é outro ponto importante e que merece atenção. “Às vezes ele nem está com Covid ou com Influenza e acaba se expondo em um ambiente cheio de gente doente, em um local fechado.”
“Muitas pessoas perderam familiares, tiveram Covid grave. Nós, médicos, estamos observando uma demanda muito grande de vários pacientes muito preocupados, querendo ir ao pronto-socorro com sintomas leves. Agora é a hora de ensinar, orientar e informar para ficarem seguros e entenderem qual é o melhor momento para ir”, concluiu.
A cardiologista explicou que a “hora certa” para procurar um atendimento está ligada a sintomas como dores intensas – principalmente em casos em que um simples analgésico não é o suficiente – febre alta, reações alérgicas, dificuldades em respirar, traumas e lesões.
Rizk alertou para que pacientes com fortes dores procurem o hospital o quanto antes. “Dores novas e principalmente dores no coração. Às vezes, priorizamos síndromes respiratórias, mas o enfarto está aí, outras pneumonias estão aí, o derrame… Se está com uma dor muito intensa, vá ao pronto-socorro.”
“Quem tem sintomas leves, se está com síndrome respiratória, o melhor é que fique em casa. Muitas farmácias e laboratórios estão fazendo testes, tanto para Covid-19 quanto para Influenza, então o ideal é se informar”, disse.
A médica também recomendou que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sejam utilizadas para os casos de emergência, enquanto os postos de saúde sirvam como pontos de testagem. A telemedicina também surge como opção viável para evitar a ida ao hospital.
O uso de oxímetro para medição da oxigenação no sangue continua sendo adequado, segundo a médica, contanto que haja cautela na análise. Rizk também defendeu os cuidados em casa para sintomas como febre, dor muscular e dor de cabeça através dos medicamentos regularmente utilizados nestes casos. “É óbvio que, se não apresentar melhora, tem que ir ao pronto-socorro e procurar um médico”, finalizou.