A guinada de Alexandre Frota na política
Ex-deputado eleito como apoiador de Bolsonaro e defensor de bandeiras da direita, ex-ator vai para a centro-esquerda e se filia ao PDT de Ciro Gomes
Seis anos após se eleger deputado federal como aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ator e ex-deputado federal Alexandre Frota está filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), sigla de centro-esquerda conhecida por defender ideias voltadas para políticas sociais e trabalhistas.
Frota iniciou sua carreira na política no Partido Social Liberal (PSL), mesma legenda pela qual Bolsonaro foi eleito presidente em 2018.
Antes da eleição daquele ano, quando ambos ainda eram pré-candidatos, Bolsonaro chegou a gravar um vídeo afirmando querer ver Frota no cargo de ministro da Cultura.
Contudo, ainda no início do governo, o ex-ator transformou o então presidente em alvo de críticas públicas — o que levou o PSL a expulsá-lo em agosto de 2019.
Após ser expurgado da sigla e antes de chegar ao PDT, passou pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), sigla que foi incorporada ao Solidariedade em 2023.
Nas eleições de 2022, Frota virou oposição a Bolsonaro e chegou a pedir votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, não tentou a reeleição para a Câmara dos Deputados. Preferiu tentar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), mas saiu derrotado.
Chegou a ser convidado para participar da equipe de transição do novo governo Lula, mas declinou dizendo ter recebido uma série ataques por parte da esquerda.
Desde então, Frota não ocupou cargos públicos. Procurado pela CNN, o ex-ator e ex-deputado disse que avalia voltar à política.
“O PDT me convidou, mas isso é uma decisão que ainda vamos amadurecer” disse, ressaltando que a sigla já havia feito o convite anteriormente. Ele afirmou que sua possível candidatura pelo PDT leva em conta o “não radicalismo” do partido.
Frota afirma que não pretende se envolver na disputa na capital paulista dessa vez. Se for candidato, ele pretende concorrer a uma vaga para vereador de Cotia, na grande São Paulo.
“Não vou apoiar e nem entrar na eleição de São Paulo. Eu estive alguns meses atrás conversando com Guilherme Boulos [PSOL), a quem desejo muito boa sorte e que provavelmente vai se tornar o próximo prefeito”, afirmou o ex-parlamentar.
Sobre o antigo aliado, Frota afirmou que se trata de uma página virada. “Bolsonaro é uma página virada na minha vida”, afirmou.
“Não quero mais passar pelo que passei e viver qualquer situação semelhante ou que tenha Bolsonaro ali envolvido”, concluiu.