Confiança do consumidor fecha o ano em queda de 2,6 pontos, diz FGV
Indicador subiu 0,6 ponto em dezembro, mas elevação não foi suficiente para conter perdas ao longo de 2021
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 0,6 em dezembro e alcançou 75,5 pontos, em uma escala que tem em 100 seu ponto de neutralidade.
Com esse resultado, o indicador aferido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) fecha o ano com queda de 2,6 pontos em relação a 2020.
Em termos de médias móveis trimestrais, o indicador variou 0,1 ponto e se estabilizou em 15,6 pontos, após três meses consecutivos de queda. Nesta modalidade, o mês mais recente substitui o mais antigo dos três da cronologia.
De acordo com o Ibre, 2021 foi um ano difícil para os consumidores, principalmente para os de menor poder aquisitivo, como destaca a pesquisadora Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens promovidas pelo instituto.
“O descolamento entre a confiança dos consumidores de baixa renda dos de alta renda atingiu o maior nível da série dos últimos 17 anos, principalmente em função da dificuldade financeira dos consumidores de menor renda diante do quadro de desemprego, inflação elevada e aumento do endividamento”, avalia a especialista.
A análise por faixa de renda ilustra a disparidade: entre os consumidores com rendimento mensal de até R$ 2,1 mil, a confiança é de 63,7 pontos.
Na outra ponta, com renda acima de R$ 9,6 mil, fecha o ano com 87,6 pontos. Uma demonstração do quanto o momento atual atinge de maneira mais intensa os mais pobre.
O indicador global é formato por dois quesitos que variaram de maneiras distintas.
O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,3 ponto, puxado pela deterioração financeira das famílias, e está em 65,6. Já o Índice de Expectativas (IE) subiu dois pontos e alcança agora 83,4.
A elevação foi motivada pelas perspectivas de melhora na situação financeira familiar.