Brumadinho 5 anos: familiares e amigos prestam homenagens às vítimas da tragédia
Cinco anos depois, três das 272 vítimas seguem desaparecidas
Todo dia 25 de janeiro, homenagens e atos são realizados em memória às 272 vítimas que morreram no rompimento da barragem da Vale, que rompeu em 2019 no Córrego do Feijão em Brumadinho.
Neste ano, os atos começaram cedo pela manhã com celebrações religiosas, com a Missa do Santuário do Rosário.
Na Praça das Joias, a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) realizou uma coletiva de imprensa para tratar de questões judiciais do caso. Logo após, uma série de homenagens prestados por amigos e familiares, coral da cidade e Corpo de Bombeiros foi realizada.
Às 12h28min, horário exato do rompimento da barragem, 272 balões de gás hélio com sementes de girassóis foram soltos. A ideia é que as sementes espalhadas germinem e floresçam pela cidade representando cada uma das vítimas.
Após a soltura dos balões foi realizada a chamada de cada uma das vítimas. Amigos e familiares entoavam a palavra “Presente” após cada nome. No letreiro da cidade, foram fixadas fotos de cada das vítimas além de cruzes com o nome de todos os que morreram na tragédia.
Três balões em formato de coração levavam o nome de Tiago Tadeu Mendes da Silva, Nathália de Oliveira Porto Araújo e Maria de Lurdes da Costa Bueno. As três joias, como são chamadas as vítimas da tragédia, que ainda não foram localizadas.
As buscas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais no Córrego do Feijão continua. A operação é considerada a maior atividade de busca e salvamento do país e não tem data para terminar. Desde o dia 25 janeiro de 2019, a operação permanece ininterrupta. Ela foi parcialmente paralisada em função de fortes chuvas e pela Covid-19 mas o serviço de inteligência e logística se manteve ativo. No dia 25 de janeiro de 2024, a operação completa a 1826 dias de buscas.
“A gente não trabalha com prazo, a gente trabalha com fundamentos técnicos de perícia. A gente sabe que todo material de interesse que é encontrado deve ser levado a uma perícia e enquanto houver possibilidade técnica dessa perícia trazer um resultado conclusivo isso justifica a continuidade da operação” afirmou o Tenente Henrique Barcellos, Porta-voz do CBMG.
A barragem B1 da mineradora Vale se rompeu dia 25 de janeiro de 2019 no Córrego do Feijão em Brumadinho, matando 272 ( 270 mortos e dois nascituros) e devastando quilômetros de fauna e flora e contaminado o leito da bacia do Rio Paraopeba, se tornando um dos maiores desastres ambientais do país. O colapso espalhou 10,5 milhões de metros cúbicos de lama. O volume de rejeitos equivale a mais de 4 mil piscinas olímpicas.
No dia 4 de fevereiro de 2021 foi assinado um Acordo de Reparação de Danos para os atingidos pelo rompimento. O documento foi assinado pelo Ministério Público de Minas Gerais Ministério Público Federal, Defensoria Pública de Minas Gerais, Governo do estado. Diversas iniciativas socioeconômicas, socioambientais e compensatórias veem sendo desenvolvidas desde então mas, até hoje, cinco anos depois, ninguém foi punido pelo crime.
“Foi tão rápido, o volume de lama foi tão espesso que não deu tempo nem de gritar socorro. E hoje as nossas vozes ‘é’ a voz deles clamando por justiça e para que tenham misericórdia e não deixe acontece em outra cidade essa tragédia tuão terrível que aconteceu em Brumadinho” desabafa Anastácia do Carmo Silva, mãe do Cleiton que morreu na tragédia aos 29 anos.
