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    Após oito meses de queda, endividamento no Brasil volta a subir em novembro

    Levantamento da CNC destaca que 75,6% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida para vencer no mês de novembro

    Lucas Janoneda CNN , no Rio de Janeiro

    Depois de oito meses em queda, o número de famílias inadimplentes no Brasil subiu 0,5 ponto percentual em novembro, quando comparado com o mês anterior, chegando a 26,1% da população.

    Já 10,1% afirmam não ter condição de arcar com o compromisso no prazo determinado. Os dados são do levantamento divulgado, nesta segunda-feira (29), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    O levantamento destaca que 75,6% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida para vencer no mês de novembro, seja por despesas no cartão de crédito, cheque especial, carnê e/ou prestação de carro e de casa. A alta foi de 1 p.p., o 12º aumento consecutivo da taxa de endividamento.

    Mais de 85% dos brasileiros têm dívidas no cartão de crédito, segundo a CNC. Em segundo lugar aparecem os carnês, que são utilizados por 20% dos grupos familiares inadimplentes.

    A pesquisa também mostra que 36% das famílias endividadas permanecem com contas atrasadas por mais de um ano. Segundo o estudo, isso indica que os consumidores buscam ‘alongar os prazos de pagamento das dívidas para que a parcela mensal caiba no orçamento’.

    Os pesquisadores da CNC avaliam que a alta recente dos juros foi o grande responsável por reduzir o número de dívidas contraídas nos últimos oito meses. No entanto, em novembro, os brasileiros voltaram a se endividar, principalmente, em função da proximidade de datas festivas, como a Black Friday e o Natal.

    “Com a chegada das datas comemorativas, é natural que as pessoas recorram a métodos para financiar seus gastos adicionais. A variação registrada na pesquisa é corroborada pela sazonalidade prevista sempre aos finais de ano. É claro que o aumento da taxa de juros leva as pessoas a não se endividarem tanto, mas é de se esperar que no final do ano as pessoas tenham mais dívidas do que no início do ano”, disse o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Renan Pieri.

    Para as famílias com renda acima de dez salários-mínimos, a proporção de endividados alcançou o maior patamar, com incremento de 69,5% para 70,3% em novembro. Esse grupo social tem revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo de serviços, de acordo com o levantamento.

    Segundo o mesmo movimento, a proporção de famílias com dívidas em atraso na faixa de até dez salários-mínimos também voltou a aumentar de 28,9% para 29,4%. Para esse grupo, o destaque negativo fica pela alta da inflação, que diminui o poder aquisitivo.

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