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    Indígena é assassinada em conflito com fazendeiros no sul da Bahia

    Quatro indígenas ficaram feridos e um fazendeiro foi atingido por uma flecha

    Felipe Souzada CNN*

    Uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras ficaram feridas por disparos de arma de fogo na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, neste domingo (21).

    O conflito aconteceu entre indígenas que ocupavam a Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, e fazendeiros que reivindicam a posse da área, confirmou o Ministério dos Povos Indígenas.

    A vítima, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, de 52 anos, era irmã do cacique Nailton Muniz, que também foi baleado e está hospitalizado. Além dele, outros três indígenas ficaram feridos, incluindo uma mulher que teve o braço quebrado.

    Cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios a posse da Fazenda Inhuma. Eles teriam cercado a área com dezenas de caminhonetes. O grupo se intitula como Movimento Invasão Zero.

    Na tarde de ontem, dois fazendeiros foram presos em flagrante. Ele foram autuados por homicídio e tentativa de homicídio. Quatro armas de fogo foram apreendidas com eles.

    A comunidade Pataxó se pronunciou através de um perfil no Instagram. “Atearam fogo em dois carros dos parentes. Diversos indígenas foram baleados em diferentes locais do corpo”, disseram.

    “Não iremos aceitar que continuem a derramar o sangue dos nossos parentes em nosso território”, concluiu o pronunciamento.

    O autor dos disparos que vitimou Nega Pataxó e outro fazendeiro foram detidos, além de um indígena que portava uma arma artesanal. De acordo com a PM, um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.

    O governador, na noite de ontem, convocou uma reunião extraordinária para integrar o trabalho das secretarias nas investigações deste conflito. Jerônimo usou ainda suas redes sociais para expressar solidariedade às famílias.

    “Nós não aceitaremos qualquer tipo de violência como a ocorrida recentemente no sul da Bahia. Já estamos mobilizados para apurar e punir os responsáveis”, afirmou o governador.

    Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região nesta segunda-feira (22).

    *Sob supervisão de Bruno Laforé

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