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    Zelensky diz que cessar-fogo só beneficiaria a Rússia

    Presidente da Ucrânia também alegou que Exército russo se prepara para lançar uma ofensiva antes das eleições presidenciais de março

    Andrius Sytasda Reuters

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira (11) que um cessar-fogo na guerra contra a Rússia não levaria ao diálogo político e apenas beneficiaria Moscou.

    Falando a repórteres na capital da Estônia, Tallinn, durante uma visita à região do Báltico, Zelensky afirmou que qualquer pausa nos combates representaria o risco de permitir que a Rússia se reagrupe e aumente o fornecimento de munições. “Não arriscaremos”, comentou.

    “A pausa não levaria ao fim da guerra, não levaria ao diálogo político com a Rússia ou qualquer outra pessoa. E graças a Deus tudo isto está decidido na Ucrânia e não haverá pausas para beneficiar a Rússia”, advertiu.

    Mais tarde nesta quinta, em pronunciamento na capital da Letônia, Riga, ele disse que a Rússia está se preparando para lançar uma ofensiva antes das eleições presidenciais de março.

    “Eles querem algumas pequenas vitórias táticas antes [das eleições] e se preparar para algo global ou massivo depois”, alegou o presidente.

    “A situação na frente [de batalha] é muito complicada; nos faltam armas”, acrescentou.

    Com a viagem a Lituânia, Letônia e Estônia, alguns dos maiores apoiadores de Kiev na União Europeia e na aliança militar da Otan, Zelensky espera resistir à fadiga entre os aliados ocidentais da Ucrânia, garantir mais ajuda financeira e militar e discutir as propostas de Kiev para aderir à Otan e à UE.

    Será difícil para a Ucrânia sobreviver, a menos que receba um pacote atrasado de apoio financeiro da União Europeia, destacou o presidente à imprensa em Tallinn. O pacote foi bloqueado pela Hungria em dezembro.

    “Este apoio é muito importante para nós”, colocou.

    Sem negociações

    Os três estados bálticos foram as primeiras nações ocidentais a fornecer armas letais à Ucrânia nas semanas anteriores à invasão russa, em fevereiro de 2022.

    Zelensky disse que a Rússia enfrenta um “déficit” de munições e luta para reconstruir as suas tropas de elite, o que influencia o seu comportamento no campo de batalha.

    Ele alegou que a Rússia estava negociando a compra de mísseis do Irã e que suas forças haviam recebido mais de um milhão de cartuchos de munição da Coreia do Norte.

    Zelensky se recusou a comentar as declarações do ministro da Defesa italiano na quarta-feira de que tinha chegado o momento da diplomacia no conflito.

    “Nunca tive negociações desse tipo com a Itália, em nenhum nível, por isso é difícil para mim comentar”, explicou.

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