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    Trump deveria ser banido do mercado imobiliário de Nova York por fraude, diz procuradora-geral

    Ex-presidente sofre processo por supostamente fraudar relatórios financeiros e conseguir empréstimos melhores

    Jack Queenda Reuters

    Donald Trump deveria ser banido do setor imobiliário de Nova York por fraude “ultrajante”, disse a procuradora-geral do estado em um documento judicial. Isso ocorre antes dos argumentos finais em um processo civil contra o ex-presidente dos Estados Unidos.

    O documento apresentado nesta sexta-feira (5) pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, pontua que os “incontáveis esquemas enganosos” de Trump para “inflacionar valores de ativos e ocultar fatos eram tão ultrajantes que desmentem explicações inocentes”.

    Os advogados do empresário apontaram, em outro documento, por sua vez, que o estado não conseguiu demonstrar qualquer “impacto no mundo real” dos relatórios financeiros de Trump aos bancos, que, segundo um juiz, exageraram o seu patrimônio líquido milhões de dólares.

    Os representantes do ex-presidente destacaram em seu processo que o gabinete da procuradora-geral está abusando de sua autoridade ao tentar impedir Trump de “toda e qualquer” atividade comercial, uma penalidade “muito mais substancial do que a mera perda de dinheiro”.

    Os resumos finais de ambos os lados serão seguidos de argumentos finais e o juiz que preside o caso, Arthur Engoron, dará um veredicto posteriormente.

    O caso ameaça tirar Trump de valiosos ativos imobiliários, e Engoron já considerou o republicano responsável por exagerar fraudulentamente a sua riqueza em milhões de dólares para garantir melhores condições de empréstimo.

    O julgamento de três meses no ano passado envolveu principalmente a questão de danos. James, um democrata eleito, pede pelo menos US$ 250 milhões em multas e restrições severas à capacidade de Trump de fazer negócios no estado.

    Donald Trump negou qualquer irregularidade e chamou o caso de caça às bruxas política.

    “Turbilhão” de problemas jurídicos

    O caso faz parte de diversos problemas jurídicos que o empresário enfrenta enquanto faz campanha para concorrer contra o presidente Joe Biden nas eleições de novembro de 2024, embora nenhum dos processos tenha ainda minado sua liderança sobre os rivais republicanos.

    Durante o depoimento em outubro, Trump vangloriou-se da sua perspicácia empresarial e criticou o que disse ser um preconceito político contra ele por parte de James e Engoron.

    Donald Jr., Eric e Ivanka Trump, filhos do ex-presidente, também testemunharam. Eles afirmaram que tiveram pouco ou nenhum envolvimento com os relatórios financeiros do pai enquanto dirigiam a Trump Organization, uma empresa guarda-chuva para seus amplos empreendimentos comerciais.

    Ao contrário de seus irmãos, Ivanka Trump não é réu no caso.

    Os advogados de Donald Jr. e Eric Trump disseram em seu próprio processo nesta sexta-feira que não havia evidências de que qualquer um deles tivesse “algo mais do que um conhecimento periférico ou envolvimento” na preparação dos relatórios financeiros do pai.

    O futuro do império de Trump está em jogo depois de Engoron ter ordenado, em setembro, a dissolução das empresas que controlavam a parte principal de seu portfólio em Nova York, incluindo a Trump Tower e o 40 Wall Street em Manhattan.

    Essa ordem está suspensa enquanto Trump apela, e alguns especialistas jurídicos dizem que Engoron pode não ter autoridade para emitir uma ordem tão abrangente.

    Trump está sendo acusado em Washington e na Geórgia por tentar anular a derrota nas eleições de 2020. Já na Florida, é processado pelo tratamento que deu a documentos confidenciais ao deixar o cargo. E, em Nova York, é acusado por pagamentos de dinheiro secreto a uma estrela de filmes adultos antes das eleições de 2016.

    O ex-presidente se declarou inocente e negou qualquer irregularidade em todos os casos.

    O primeiro dos julgamentos criminais está previsto para começar em março, em Nova York, mas está sujeito a alterações, à medida que o lotado calendário jurídico de Trump complica os cronogramas dos tribunais.

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