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    Senador defende indiciamento de governador do AM na CPI para evitar “injustiça”

    Para Eduardo Braga (MDB-AM), o indiciamento do governador Wilson Lima (PSC) se trata de "fazer justiça e de não ter dois pesos e duas medidas"

    João de Marida CNN , Em São Paulo

    O senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu à CNN nesta segunda-feira (25) o indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.

    Segundo o parlamentar titular da comissão, a não acusação de supostos crimes cometidos pelo governador seria como uma “injustiça com o povo amazonense” por parte de uma “CPI histórica”, como ele mesmo disse.

    “Não é possível que a CPI cometa essa injustiça com quase 14 mil brasileiros que morreram no Amazonas. Entre eles, centenas morreram asfixiados por falta de oxigênio. Enquanto isso, o estado tinha quase R$ 500 milhões no Fundo Estadual de Saúde, sabia a mais de seis meses que faltaria oxigênio, e não fez nada”, afirmou à CNN. “Está comprovado na CPI”.

    Para o líder do MDB no Senado, o indiciamento do governador do Amazonas se trata de “fazer justiça e de não ter dois pesos e duas medidas”. À CNN, ele também sugeriu que aconteça a acusação do ex-secretário da Saúde do Amazonas.

     

    “Não se trata de uma questão de indiciamento por indiciamento. Se trata de fazer justiça e de não ter dois pesos e duas medidas. Como vou fazer o indiciamento do presidente Bolsonaro, de ministro, de ex-ministro, e não vou fazer o indiciamento do Secretário de Saúde do estado [do Amazonas, Marcellus José Barroso Campêlo]?”, indagou.

    Braga apresentou um adendo ao documento elaborado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) pedindo o indiciamento do governador Wilson Lima, após leitura de parte do relatório final da CPI na semana passada.

    Nesta segunda-feira (25), o governador Wilson Lima classificou o pedido do senador como um ataque eleitoral do parlamentar. “O que ele quer é cavar manchetes nacionais com o objetivo de me atacar, uma vez que se ensaia para ser candidato em 2022”, disse. “Tudo isso já está sendo apurado pelos órgãos de controle e prestamos todos os esclarecimentos necessários”.

    Reunião tenta consenso

    O senador, que e integrante do chamado G7, grupo que comanda a CPI da Pandemia, discutirá ainda hoje pelo menos 13 pontos para acrescentar ao relatório final, que será votado pela comissão nesta terça-feira (25).

    O principal é a inclusão ou não do governador do Amazonas entre os indiciamentos. Segundo o analista de política da CNN Caio Junqueira, uma disputa regional entre o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e Braga, jogou indefinição sobre o apoio unânime do G7 ao relatório final do senador Renan Calheiros.

    Ainda segundo o analista da CNN, o impasse ainda persistia na tarde desta segunda-feira e que, de acordo com os senadores que analisam o relatório, o nome de Wilson Lima estava na versão da tarde desta segunda-feira (25) do texto, mas a depender da reunião do grupo que acontece nesta noite na residência de Omar, poderia ainda haver alteração.

    À CNN nesta segunda-feira (25), no entanto, Braga avaliou que o relatório final tem “grandes chances” de ser aprovado.

    “Eu sou daqueles que acha que só acaba quando termina. Mas penso que tem grandes chances do relatório final ser aprovado”, disse.

    (*Com informações de Caio Junqueira, da CNN, e Agência Estado) 

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