Doria afasta coronel que convocou colegas para ato em Brasília
Aleksander Lacerda comandava Policiamento do Interior do estado; regulamento da corporação proíbe manifestação política de policiais da ativa
O governador João Doria (PSDB) afastou o chefe do Comando de Policiamento do Interior de São Paulo, coronel Aleksander Lacerda, que teria convocado colegas para uma manifestação política em Brasília. Segundo o governador, o coronel foi afastado por indisciplina.
“Falei com o general João Campos, secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, e foi afastado das suas funções, nesta manhã, o coronel Aleksander Lacerda, que atuava no comando de uma das unidades da Polícia Militar por indisciplina”, disse Doria.
“Aqui no estado de São Paulo, não teremos manifestações de policiais militares na ativa de ordem política”, continuou o governador. “São Paulo tem orgulho da sua Polícia Militar, dos seus policiais e colaboradores, e também do seu comando, na figura do coronel Alencar. Nós, conjuntamente, não admitiremos nenhuma postura de indisciplina como foi feita pelo coronel Aleksander Lacerda”, afirmou Doria.
O coronel da Polícia Militar fez convocação nas redes sociais para as manifestações marcadas para 7 de setembro a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e usou seu perfil em uma dessas redes para atacar políticos, informou a assessoria de imprensa do governo paulista nesta segunda-feira (23).
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o coronel Aleksander Lacerda, chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), que tem 5 mil policiais sob comando, convocou “amigos” para o ato a favor de Bolsonaro.
O coronel também criticou Doria, a quem chamou de “cepa indiana”; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), classificado por ele como “covarde”; e o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que recentemente assumiu uma secretaria no governo paulista, que Lacerda acusou de ser beneficiário de um esquema “mafioso”.
Policiais militares da ativa são proibidos pelo regulamento da corporação de realizarem manifestações políticas. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública encaminhou o assunto à Polícia Militar, que não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
(*Com informações da Reuters)