Com Guedes enfraquecido, mercado vê jogo de soma zero em reforma ministerial
Mercado financeiro está de olho na possibilidade de o governo federal ganhar maior articulação no Congresso. Também está atento a risco fiscal
O mercado financeiro está atento à reforma ministerial do governo Jair Bolsonaro (sem partido). As informações são da analista de economia da CNN Priscila Yazbek.
Na avaliação de prós e contras sobre o esvaziamento do Ministério da Economia, sob comando de Paulo Guedes, o entendimento do setor econômico é de que as mudanças serão um jogo de soma zero — ou seja, por um lado, há chances do governo federal ganhar maior articulação no Congresso Nacional, porém, por outro, há o temor do risco fiscal com o Centrão no Palácio do Planalto.
Para os economistas, a pasta de Guedes deixará de ser um “superministério”, e as pautas relacionadas ao trabalho devem ficar mais politizadas a partir de então. Mas a maior interlocução do governo com o Senado pode ser importante para o andamento de reformas.
Só que a proximidade das eleições de 2022 também pode representar mais gastos e risco fiscal mais à frente. No momento, o teto de gastos auxilia no entendimento dos economistas de que esse risco não é tão alto e, por isso, o tema ainda não influencia na Bolsa.
Outro ponto a ser considerado pelo mercado é uma reportagem do Valor Econômico que diz que o Ministério de Emprego, comandado por Onyx Lorenzoni, ameaça tirar cerca de 85% do orçamento da pasta de Economia.
Há esperanças entre os membros da Economia de que a nova pasta retorne ao status de secretaria sob o comando de Paulo Guedes em abril, quando Onyx deverá se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul.
(Texto publicado por Natália Flach)