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    ‘Preocupação tem que ser vacinar todos com duas doses’, diz infectologista

    À CNN, infectologista Álvaro da Costa explica que ainda não é hora do governo começar a aplicar uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19

    Produzido por Renata Souza*, da CNN, em São Paulo

    O Ministério da Saúde anunciou a realização de um estudo para avaliar a necessidade de aplicação de uma terceira dose da Coronavac. Porém, de acordo com o infectologista do Hospital das Clínicas, Álvaro da Costa, a dose de reforço deve ser analisada em todas as tecnologias de vacina e não, necessariamente, apenas em relação ao imunizante produzido pelo Butantan.

    Álvaro, todavia, afirma que o contexto brasileiro implica na necessidade de acelerar a vacinação para toda a população antes de considerar como certa a dose extra.

     

    “A nossa preocupação tem que ser neste momento, na minha opinião, tentar vacinar todo mundo com as duas doses, quando for duas doses, e já pensar em vacinar outras populações. Paralelamente, seguimos estudando se realmente vale a pena fazer a terceira dose.”

    O infectologista ressalta que embora o governo de São Paulo tenha garantido um novo ciclo vacinal em 2022 contra a Covid-19, não há evidências científicas de que a revacinação seja efetiva.

    “A gente não tem dados científicos em nenhum país do mundo que respalde definitivamente fazer a terceira dose para todo mundo. Eu posso me preparar estrategicamente, ter estoque e produção para isso, trabalhar com tecnologia de vacina diferente, ter produção nacional, mas, inicialmente, não há ainda evidência para pensar em terceira dose.”

    O médico acredita que, para os próximos anos, vacinas diferentes das atuais serão aprovadas.

    “Existe um pipeline de vacinas em estudo, inclusive vacinas de outras tecnologias que podem ganhar destaque ano que vem, que a gente vai ter que observar com cuidado, mas sabendo que a vacinologia avança. A gente vai fazer intervenções diferentes no ano que vem do que a gente fez hoje, certamente que sim.”

    Efeito colateral e eficácia

    Álvaro da Costa explica que não há relação entre reação da vacina com sua efetividade na vida real. “Efetividade não tem um efeito com relação a eventos adversos, eventos adversos têm muito mais a ver com o tipo de vacina que você utilizou. As vacinas de vírus inativados, como é a Coronavac, potencialmente têm menos chance de ter eventos adversos.”

    O infectologista também destaca que as reações graves são muito raras e o benefício das vacinas é infinitamente maior.

    “A quantidade de pessoas vacinadas no mundo em comparação com a quantidade de eventos adversos vai dar um número de 0,000. Então, é mais fácil você pegar Covid e desenvolver uma complicação do que ter efeito de adverso grave com vacina.”

    * (sob supervisão de Elis Franco)

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