ABC não vai adotar flexibilização total para evitar risco de retroceder

As prefeituras de seis cidades que compõem o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC não vão acompanhar a recomendação de flexibilização total do horário e ocupação do comércio do governo de São Paulo.

Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires optaram por manter restrições.

Em entrevista à CNN Rádio nesta segunda-feira (16), o presidente do Consórcio do ABC, Paulo Serra, justificou a decisão por dois principais motivos: a vacinação contra a Covid-19 e o avanço da variante Delta.

“A vacinação deve chegar a 100% da população adulta com a primeira dose nesta semana, no entanto, sabemos que são 15 dias ao menos para ela começar a proteger as pessoas”, disse.

Além disso, ele destacou que há preocupação com a cepa delta do coronavírus: “Observamos países como a Espanha e França que flexibilizaram de maneira mais rápida e tiveram que recuar, é tudo aquilo que a gente não deseja.”

“Baseados nesses fatores, decidimos esperar até o final do mês de agosto para rediscutir, avaliar a questão da delta, é uma medida preventiva para não correr risco de retroceder”, reforçou o prefeito de Santo André.

Paulo Serra disse que já há, em vigor, “uma boa flexibilização”, com 80% da capacidade de público e horário de funcionamento até meia-noite. “Até 31 de agosto a gente permanece nesta fase, a partir de setembro reuniremos os prefeitos e aí vamos novamente avaliar com todos esses aspectos.”

O prefeito também disse que é a segunda dose da vacina que “começa a tirar o vírus de circulação” e que o “ideal é ter entre 50 e 60% da população com o ciclo vacinal completo para ter mais tranquilidade.”

Hoje, a região do ABC Paulista tem, em média, 20% de ocupação de leitos de enfermaria e 30% dos leitos de UTI.

A partir de terça-feira (16), São Paulo não terá mais restrições ao comércio em todo o estado, com horário e capacidade de atendimento de volta aos patamares de antes da pandemia.