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    Operação contra pirâmide financeira prende quatro pessoas no RJ

    Empresa oferecia ganhos mensais de 16% a partir dos investimentos; ao todo, 15 indivíduos foram denunciados pelo MP

    Isabelle Salemeda CNN , Em São Paulo

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em conjunto com o Ministério Público, cumpriu na manhã desta quinta-feira (23) quatro dos seis mandados de prisão expedidos contra um grupo acusado de praticar o golpe da pirâmide financeira em Niterói e na capital fluminense. Duas pessoas estão foragidas.

    Um dos mandados cumpridos foi contra André Felipe de Oliveira Silva, que já estava preso por porte de arma de fogo. Ele é apontado como CEO da Atomx Capital Ltda e líder da quadrilha.

    Segundo as investigações, a empresa começou a oferecer ganhos mensais de até 16% a partir de supostos investimentos em renda variável. O valor mínimo aplicado deveria ser de R$ 2.500.

    Foi apurado que a empresa tinha um modelo não sustentável em que recrutava novas pessoas que efetuavam depósitos como investimento inicial. Esse valor era usado para pagamento de lucro prometido a clientes antigos.

    Segundo os clientes, os depósitos dos valores eram feitos em período determinado, sem a possibilidade de retirada. No entanto, em 2022, a Atomx teria parado de pagar seus clientes, que procuraram a polícia.

    Para atrair os clientes, a Atomx investia massivamente em marketing, inclusive patrocinando diversos eventos e atletas esportivos. Nas redes sociais, além de imagens contendo informações relacionadas a investimentos, publicações com ostentação de bens de luxo também sugeriam que o esquema seria rentável e seguro.

    As investigações demonstram ainda que, embora os contratos oferecidos pela Atomx fossem caracterizados por Contrato de Investimento Coletivo, os investigados não possuíam autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nem mesmo as empresas estariam autorizadas a investir valores de terceiros.

    André Felipe é apontado pelos investigadores como um homem de grande potencial de persuasão das vítimas, que participava das negociações e assinatura dos contratos para ludibriar os candidatos a investidores.

    Nesta quinta-feira, também foram presos André Vitor de Oliveira Silva e Suellen Marques Mendonça, respectivamente, irmão e esposa de André Felipe.

    A polícia apurou que Suellen era o braço direito do marido na organização criminosa, atuando na parte administrativa da empresa e na supervisão dos colaboradores. Além de ter alta movimentação financeira na conta bancária, os investigadores apuraram que André Felipe comprou mais de R$ 1 milhão em joias para a esposa, a fim de lavar dinheiro.

    Já André Vitor ocupava a direção da Atomx e era responsável pela parte financeira da quadrilha. Ele também é sócio de várias empresas ligadas ao esquema criminoso.

    Durante as investigações, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas de mais de R$ 77 milhões, valor considerado incompatível com o patrimônio dos integrantes do grupo.

    O quarto mandado de prisão foi contra Giovanni Andrade da Costa Leite, policial civil responsável pela segurança privada dos principais investigados.

    Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas pelo MP pelos crimes de organização criminosa armada, estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro, sendo que foram expedidos seis mandados de prisão.

    Nove pessoas, que não tiveram a prisão decretada, vão precisar cumprir algumas medidas cautelares, como informar telefone e outras formas de contato à Justiça, proibição de deixar cidade em que residem por mais de 15 dias sem autorização judicial, determinação pra entregar o passaporte às autoridades e proibição de ter contato com outros réus e de exercício de atividades de consultoria financeira.

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