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    Scola faz duplo-duplo, adia possível aposentadoria e classifica Argentina

    No basquete, argentinos superam japoneses e vão às quartas de final; Luis Scola, que ainda não anunciou o que fará após as Olimpíadas, foi inevitável destaque

    Leandro Iamin, colaboração para a CNN

    O amante de basquete, especialmente o argentino, ganhou, pelo menos, mais 40 minutos para apreciar Luis Scola – e isso não é pouca coisa. O ala-pivô de 41 anos e 3 meses não sabe ainda se sua carreira vai continuar após as Olimpíadas de 2020, mas sabe que sua seleção passou de fase, neste domingo (1º), após vencer o Japão por 97 a 77, com 23 pontos e 10 rebotes do camisa 4 – um duplo-duplo.

    Scola é o último remanescente da chamada “geração dourada”, que deu para a Argentina o ouro olímpico de 2004, em Atenas. Aquela equipe, que também tinha Manu Ginóbili, Andrés Nocioni, Carlos Delfino, Walter Hermann e outros imortais do esporte daquele país, venceu os Estados Unidos na semi e a Itália na final.  

    A “última dança” de Scola com o basquete argentino poderia ser a Copa do Mundo de 2019, na China. Ele já era o veterano de um elenco que lançava uma nova geração, e foi vice-campeão, perdendo, na final, para a Espanha.

    Uma campanha memorável, um recital romântico sobre uma época mágica do esporte argentino. Scola poderia parar ali, mas quis uma Olimpíada a mais.

    O corpo do ala-pivô, naturalmente, dá sinais de cansaço. Na falta de explosão física, ele usa a experiência. Fez 23 pontos na estreia, quando a seleção sul-americana foi engolida por Luka Doncic e sua Eslovênia.

    Não foi bem, contudo, na derrota para a Espanha na rodada seguinte, em reedição da final mundial de dois anos antes e último encontro entre ele e Pau Gasol, velhos conhecidos de NBA.

    Scola, o mais elegante da geração dourada

    Vencer o Japão, então, era necessário para passar de fase. Jogar basquete em melhor nível era essencial para isso. E foi o que aconteceu, com o duplo-duplo do cestinha da final olímpica de 2004 e líder da campanha do bronze olímpico de 2008.

    O imortal camisa 4 argentino, em imagem sempre angustiante, recebeu tratamento no joelho durante o primeiro tempo. Semblante sempre sério, olhar compenetrado, cabelo grisalho e figura referencial, foi o mais abraçado quando o duelo acabou. Jogou 26 minutos.

    Nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, a apaixonada torcida argentina fez muito barulho para se despedir de Manu Ginóbili, a maior lenda de toda a geração do ouro de 2004, que escolheu o palco olímpico para dar adeus.

    Contra Japão, Luis Scola anotou 23 pontos e 10 rebotes, anotando um duplo-duplo
    Contra Japão, Luis Scola anotou 23 pontos e 10 rebotes, anotando um duplo-duplo
    Foto: Eric Gay – 1.ago.2021/AP

    Pouco a pouco, os últimos campeões foram se aposentando ou defendendo clubes modestos por amor ao esporte. Luis Scola, o mais elegante da geração, segue atuando, pelo menos, até a terça-feira olímpica.

    O basquete argentino, esporte no qual o torcedor deposita afeto e orgulho, tem atualmente como estrela o espetacular driblador Facundo Campazzo, de longa carreira no Real Madrid e atual armador do Denver Nuggets. Um jogador capaz de manter o legado de grandes campanhas dos alvi-celestes.   

    Ao redor dele, jogadores consolidados como Deck, Delia, Vildoza e o ex-Flamengo Laprovíttola complementam o elenco. Um time ótimo com uma camisa cujo histórico de façanhas nas duas últimas décadas faz o confronto das quartas de final se tornar uma atração olímpica.

    Em um torneio que já provou que os Estados Unidos não são invencíveis, ver Luis Scola e Facu Campazzo jogando por uma medalha será um presente. O adversário da Argentina nas quartas de final será descoberto ainda neste domingo (1º), por sorteio – mas é possível saber que será, necessariamente, Austrália ou França.

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