Hotel de Tóquio pede desculpas por sinalização de ‘apenas japoneses’ em elevador
Funcionário afirmou que intenção não era discriminar, mas separar hóspedes comuns de pessoas que irão atuar nos Jogos Olímpicos
Um hotel de Tóquio pediu desculpas e removeu placas de “apenas para japoneses” e “apenas para estrangeiros” de elevadores depois que a medida, tomada como precaução contra a Covid-19, gerou protestos nas redes sociais.
A capital japonesa entrou em estado de emergência nesta segunda-feira (12) em meio a preocupações de que o fluxo de milhares de atletas e funcionários durante os Jogos Olímpicos, a serem realizados entre 23 de julho e 8 de agosto, espalhassem ainda mais o coronavírus. Os casos já estão em ritmo crescente em Tóquio.
O hotel Akasaka Excel, localizado no centro da cidade, colocou as sinalizações na última sexta-feira em conformidade com as orientações dos organizadores das olimpíadas para que os locais garantissem que a circulação de convidados relacionados aos Jogos fossem separados de outros hóspedes, afirmou um funcionário do hotel nesta segunda.
O funcionário, que não quis se identificar devido à sensibilidade do assunto, afirmou que não houve intenção de discriminar estrangeiros. “Nós tentamos deixar fácil de entender, mas acabamos causando confusão”, disse.
Ele declarou que as sinalizações foram removidas na manhã de domingo e que os gerentes do hotel estavam discutindo qual expressão deveriam utilizar no lugar.
As placas geraram forte reação nas redes sociais, com um usuário do Twitter comentando que “o apartheid tem sido recriado no Japão”. Outros também relacionaram os informes às leis Jim Crow, dos Estados Unidos, que mantinham negros impedidos de votar no Sul do país. “O vírus não tem nada a ver com a nacionalidade”, escreveu outra usuária do Twitter.
O Japão não registrou uma explosão de casos como em outros lugares do mundo, mas possui mais de 815.440 casos confirmados e quase 15 mil óbitos por coronavírus. Somente Tóquio teve 614 novas infecções no domingo, o 22º dia seguido de alta.
A vacinação no país teve um início lento e conseguiu avançar, mas impasses no fornecimento das vacinas têm causado dificuldades novamente. Apenas 28% da população recebeu ao menos uma dose.