Mercado imobiliário do Rio tem aquecimento nas vendas de imóveis residenciais
Apenas no centro houve queda na demanda, segundo Secovi Rio; a explicação é o aumento de home office
O mercado imobiliário na cidade do Rio registrou um aquecimento nas vendas de imóveis residenciais, especialmente nas regiões da Zona Oeste (Barra da Tijuca e adjacências) e Zona Norte, no segundo trimestre deste ano.
O bairro que mais se beneficiou com a valorização do metro quadrado foi a Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 4%, segundo dados do Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio). No mesmo período, a região da Zona Norte também registrou uma alta de 4,18% no valor do metro quadrado para venda. O período de maior variação positiva foi registrado em maio.
O aumento nas vendas de imóveis na Barra da Tijuca está relacionado diretamente com a mudança de hábitos provocada pela pandemia, que alterou a rotina de trabalho de muitas famílias. Segundo o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, com a adoção do home office muitas famílias optaram por adquirir imóveis maiores, em locais menos condensados e que oferecem comodidades como serviços de lazer integrados.
No quesito locação, o mercado imobiliário segue desaquecido. A variação do metro quadrado de aluguel na cidade do Rio em junho ficou em 0,16%. A região Central da cidade é a mais afetada pelo esvaziamento provocado pela pandemia, que fez despencar o valor do metro quadrado. Nos últimos 12 meses, houve uma perda de 7,14%.
Segundo um levantamento feito pela administradora de imóveis APSA, 39% dos imóveis localizados no Centro do Rio estão vazios. O percentual de imóveis disponíveis para serem alugados no Centro é maior que a taxa média de vacância da cidade do Rio.
Em maio, o índice médio de imóveis vazios no município do Rio foi de 20%, a mais alta desde o início da pandemia, quando estava em 14%. Além do Centro, puxam a taxa para cima, os bairros do Leblon (21,5%); Copacabana (20,9%); Catete, que cresceu 91,26% e atinge taxa de 19,7%, e Botafogo (19,5%), todos bairros da zona sul do Rio.
O representante do Secovi Rio, Leonardo Schneider, é otimista e aposta na recuperação tanto nos preços do metro quadrado, quanto na queda na vacância do Rio. Com relação ao Centro da cidade, o representante do setor acredita que o projeto de revitalização do Centro, proposto pela prefeitura do Rio, que prevê incentivo à moradia, investimento em iluminação pública e segurança, irá atrair moradores de áreas mais distantes da cidade pra região.
O projeto Reviver Centro prevê a concessão de benefícios fiscais para estimular a requalificação de imóveis na região central, com fomento à ocupação residencial, e a construção de novas unidades residenciais. A proposta contempla isenções para realização de retrofit; construção de novas edificações residenciais ou mistas; locação social; restauração, adaptação, completa recuperação e conclusão das obras de imóveis em péssimo estado de conservação; e conclusão de obras paralisadas em estágio de estrutura.
Entre os benefícios fiscais, aprovados pelo projeto de lei, está a suspensão dos créditos tributários relativos ao IPTU e taxa de coleta de lixo, acumulados até 31 de dezembro de 2020, para todos os imóveis que forem objeto de obras no âmbito do programa. A regra vale para o retrofit de imóveis existentes, construção de novas unidades, recuperação de construções em péssimo estado e conclusão de obras paralisadas. Essas intervenções também terão isenção de taxas de licenciamento de obras.
A proposta determina ainda a isenção da cobrança de IPTU durante todo o período das obras, e de 50% por cinco anos a partir do ano seguinte à emissão da certidão de aceitação das intervenções, no caso da reconversão. O projeto também reduz o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) para os primeiros compradores dos imóveis após sua reconversão.