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    Ministério dos Direitos Humanos admite ter pago viagem da “Dama do Tráfico” a Brasília

    Luciane Barbosa Farias é casada com o líder do Comando Vermelho no Amazonas, Cremilson dos Santos Faria, apelidado Tio Patinhas e procurado pela polícia

    Raquel Landim

    O Ministério dos Direitos Humanos admitiu ter pago uma das viagens da “Dama do Tráfico Amazonense” a Brasília.

    Luciane Barbosa Farias é casada com o líder do Comando Vermelho no Estado, Cremilson dos Santos Faria, apelidado Tio Patinhas e procurado pela polícia.

    Ela esteve em Brasília nos dias 6 e 7 de novembro para participar do Encontro de Comitês e Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura. Todos os participantes tiveram as passagens e diárias custeadas.

    Em nota, o ministério dos Direitos Humanos alega que o comitê do Amazonas indicou Luciane como representante para participar do fórum e que os comitês estaduais possuem autonomia para fazer a indicação.

    Luciane foi investigada por envolvimento com o CV e condenada a 10 anos por lavagem de dinheiro para organização criminosa, mas recorre em liberdade. Hoje, faz parte de uma ONG chamada Liberdade do Amazonas.

    Em suas viagens a Brasília, Luciane conseguiu encontros com dois secretários do ministério da Justiça e uma coordenadora do ministério dos Direitos Humanos, além de tirar fotos e conversar com deputados.

    Veja o que diz o ministério:

    “A afirmação de que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) pagou passagens e diárias para Luciane Barbosa Faria participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), realizado nos dias 6 e 7 de novembro, em Brasília, contém sérios equívocos que precisam ser esclarecidos. O pagamento de passagens e diárias foi feito a todos os participantes de um evento nacional, com orçamento próprio reservado ao CNPCT e cujos integrantes foram indicação EXCLUSIVA dos comitês estaduais.

    Vale ressaltar que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania é composto por 11 colegiados que, assim como o CNPCT, tem autonomia administrativa e orçamentária.

    O Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (SNPCT) foi instituído pela Lei n° 12.847 de 2 de agosto de 2013. O sistema é composto, dentre outros órgãos, pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT) e por comitês estaduais de prevenção e combate à tortura.

    Esses órgãos são colegiados e compostos por representantes do Estado e da sociedade civil. Possuem rubrica orçamentária própria e autonomia administrativa.

    Nos dias 6 e 7 de novembro de 2023, foi realizado o Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, em Brasília.
    A organização do Encontro, por meio do Ofício n° 233/2023, solicitou aos Comitês Estaduais de Prevenção e Combate dos à Tortura dos Estados que indicassem representantes para participação na atividade.

    O Comitê Estadual do Amazonas, por sua vez, entre as três pessoas indicadas fez constar o nome de Luciane Barbosa Farias como sua representante, mediante o ofício 40/2023-CEPCT/AM.

    Nem o Ministro, nem a secretária nem qualquer pessoa do Gabinete do Ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiram na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes.”

    A CNN entrou em contato com o instituto e aguarda retorno.

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