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    Chefe dos direitos humanos da ONU deve visitar Xinjiang sem a aprovação da China

    Michelle Bachelet deve examinar as alegações de detenção em massa, tortura e trabalho forçado contra uigures

    Reuters

    A chefe dos direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, deve documentar suas próprias descobertas sobre a situação dos uigures em Xinjiang – mesmo sem a aprovação da China para uma visita, relatam ativistas e diplomatas ocidentais.

    Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Bachelet disse nesta segunda-feira (21) que esperava chegar a um acordo sobre os termos da à China neste ano para examinar as alegações de detenção em massa, tortura e trabalho forçado.

    Pequim nega todas as acusações de abuso de uigures e outros muçulmanos turcos, descrevendo os campos no extremo oeste como centros de treinamento vocacional para combater o extremismo religioso.

    O Canadá liderou uma lista de 45 países, incluindo os Estados Unidos, em pedir à China nesta terça-feira (22) a permissão do acesso imediato de Bachelet a Xinjiang para uma avaliação em primeira mão.

    Para a China, a declaração é uma interferência motivada por “motivos políticos”. O país declarou que acolhe com agrado a visita de Bachelet, mas que ela deve centrar-se em “promover intercâmbios e cooperação em vez de uma investigação baseada na chamada presunção de culpa”.

    Posteriormente, Bachelet deu indicações ao Conselho de Direitos Humanos de que ela tem outras opções, enquanto ainda busca negociações com a China em uma visita que se arrasta desde setembro de 2018.

    “Nesse ínterim, o escritório continua a aprofundar sua análise e avaliação dos supostos padrões de violações dos direitos humanos em Xinjiang”, disse ela na terça-feira.

    Bachelet tem autoridade para recolher testemunhos de abusos à distância, sem mandato do conselho ou convite do país em causa. Ela e um predecessor iniciaram tais investigações sobre assassinatos cometidos por forças de segurança na Venezuela, no disputado território da Caxemira e no sudeste da Turquia.

    “Não há uma avaliação formal da ONU sobre o que está acontecendo em Xinjiang e precisamos disso, dada a negação de Pequim”, disse Kenneth Roth, chefe da Human Rights Watch.

    A Human Rights Watch e a Anistia Internacional documentaram este ano o que disseram que poderia constituir crimes contra a humanidade cometidos em Xinjiang.

    Sarah Brooks, especialista em China do Serviço Internacional de Direitos Humanos, disse: “Tudo o que resta é que a Alta Comissária Bachelet dê um passo à frente – a cooperação da China não deve ser mal interpretada como uma pré-condição para fazer seu trabalho”. 

    (Reportagem de Stephanie Nebehay; edição de Alex Richardson)

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