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    Indústria espera avanço ‘vigoroso’ no 2º semestre, diz presidente da Aço Brasil

    Em entrevista à CNN, Marco Polo de Mello Lopes disse que mostrou ao Executivo novas previsões de crescimento do setor em 2021, com base nos 5 primeiros meses

    William Waack e Raquel Landim, da CNN, em São Paulo*

     O setor industrial espera um crescimento ‘vigoroso’ em 2021, com um avanço maior na segunda parte do ano, segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

    Em entrevista à CNN, Lopes disse que participou de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e na presença de seis ministros, na semana passada, na qual levou uma revisão das previsões de crescimento para o setor neste ano, com base em resultados dos cinco primeiros meses.

    “São revisões muito vigorosas. Sobre consumo aparente, estamos saindo de uma previsão em novembro de um crescimento anual de 5% para 15% em 2021. É um indicador muito forte dessa retomada que percebemos para o segundo semestre”, disse ao apresentador William Waack e à colunista de economia da CNN Raquel Landim, em programa que foi ao ar neste domingo (20).

    Vale dizer que o consumo aparente mede a demanda interna por bens industriais, com base na produção industrial que não é exportada.

    “Teremos um ano de retomada. Isso vale para o setor de cimento, de máquinas e equipamentos e vale de forma diferenciada para outros setores que são representados pela coalizão que reúne entidades do setor”. 

    Reforma tributária e ‘custo Brasil’

    Sobre reforma tributária, Lopes disse que faz parte de um grupo que se reúne a cada dois meses com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o tema, que também tem a ajuda de técnicos e especialistas. Segundo ele, vivemos um momento de convergência, o que não havia antes, sobre uma reforma ampla, com um “IVA robusto”, que abranja a unificação de impostos federais, estaduais e municipais. 

    A ideia de uma reforma ampla vinha tendo resistência de governadores e prefeitos, que temem perder parte importante de sua receita, vinda de ICMS e ISS. “E daí surge no governo uma preocupação de que, para avançar, mesmo respeitando a convergência, vai ter que arcar com o fundo de desenvolvimento de cerca de R$ 400 bilhões ou R$ 500 bilhões. O que a gente vem tentando trabalhar em conjunto é uma maneira de equacionar o financiamento desse fundo”, diz.

    No início do ano, Lopes fez duras críticas ao andamento da reforma tributária no Congresso, logo após a Ford anunciar sua saída do Brasil. Na ocasião, ele disse que temia que outras montadoras seguissem o mesmo caminho por falta de reforma tributária, dificuldades jurídicas de toda ordem e falta de crescimento da economia. De janeiro para cá, porém, ele diz que houve mudanças.

    “Mudou a concentração de esforços em tentar mudar o grande problema que diz respeito à indústria que é a recuperação de sua competitividade sistêmica. Cito como fator principal o custo Brasil, que sempre foi falado, mas nunca dimensionado”, diz. 

    E 2019, o Ministério da Economia divulgou um estudo mensurando em R$ 1,5 trilhão por ano o custo Brasil. “De lá para cá, indústria e governo vêm num esforço para tentar definir uma sistemática que põe à disposição uma métrica que de fato consiga acompanhar a evolução desse custo. Essa é uma variável importante, porque afeta a competitividade e a abertura comercial, muito cara ao setor”.  

    Ao lado da reforma tributária, o acompanhamento do custo Brasil é a prioridade da indústria, segundo ele. 

    Questionado sobre a importância da reforma administrativa, que visa enxugar os custos da União com o funcionalismo público, Lopes diz que o entendimento do setor é que, para que o Brasil possa avançar na retomada, é preciso “arrumar a cozinha”, se referindo ao ajuste fiscal. 

    “Estamos acompanhando o tema em contato com o deputado Arthur Maia, que vai endereçar essa matéria, e vamos contribuir da melhor maneira que pudermos, mas, nesse momento, a grande prioridade nossa é a reforma tributária, porque é ela que pode fazer a diferença agora em relação à competitividade da indústria nacional”, diz. 

    *Texto publicado por Ligia Tuon

     

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