Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Entenda como o número de rinocerontes-brancos aumentou 34.000%

    Preservação da espécie está ligada às ações de proteção do Parque Hluhluwe Imfolozi, na África do Sul; animais continuam, no entanto, como alvo de caçadores

    Tamara Hardingham-Gill, da CNN

    O rinoceronte-branco do sul esteve à beira da extinção, mas deixou esse status em grande parte graças ao trabalho de conservação de um parque – apesar de ainda ser ameaçado por caçadores.

    Hoje, a maioria desses rinocerontes pode ser rastreada no Parque Hluhluwe Imfolozi (HiP) em KwaZulu-Nata, na África do Sul.

    No final do século 19, o rinoceronte-branco do sul estava à beira da extinção devido à caça. No entanto, em 2011, os números haviam aumentado de menos de 50 para mais de 17 mil, principalmente devido ao trabalho no parque.

    “De todos os rinocerontes do sul no mundo, o material genético veio deste parque”, explica Richard Penn Sawers, gerente do HiP, conhecido como o lar das espécies de rinocerontes. “É uma espécie que tem enorme importância na conservação do mundo.”

    Infelizmente, uma nova ameaça surgiu pouco menos de uma década atrás, quando os caçadores começaram a atacar os rinocerontes por seus chifres.

    Leia também:

    Sexta extinção em massa está ocorrendo mais rápido do que o esperado, diz estudo

    Primata ameaçado de extinção nasce no Zoológico de Brasília

    Feito inteiramente de queratina, uma proteína encontrada em cabelos, o chifre de rinoceronte tem sido muito utilizado como ingrediente de medicina tradicional em países como China e Vietnã.

    E, nos últimos tempos, tornou-se popular também entre frequentadores de festas da alta sociedade da Ásia.

    Chifres cobiçados

    “Vale muito dinheiro, mais que ouro”, explica Sawers. “Existe uma demanda muito alta por isso, e estamos enfrentando sérias ameaças à nossa população de rinocerontes no momento.”

    Como resultado, o parque de 96 mil hectares, a mais antiga reserva de vida selvagem da África, se viu lutando para proteger os rinocerontes mais uma vez.

    Embora os guardas florestais tenham sido treinados há muito tempo para lidar com caçadores que usam lanças e facas, os que agem com armas de fogo são um território relativamente novo para eles.

    “A dinâmica mudou porque grupos internacionais estavam se envolvendo”, diz Sawers. “Acho que o flagelo da caça furtiva de rinocerontes migrou para o Sul da África, já que no Norte eles desapareceram.”

    O comércio internacional de chifres de rinoceronte é proibido há anos, mas os caçadores podem ganhar muito dinheiro com a venda no mercado negro.

    Leia também:

    Rafiki, famoso gorila-das-montanhas de Uganda, é morto por caçadores

    Por que os dinossauros foram extintos? Novo estudo movimenta debate

    “Houve um tempo em que todos pensavam que os rinocerontes não sobreviveriam por causa da caça”, diz Tumelo Matjekane, gerente de projetos da Peace Parks Foundation, uma organização sem fins lucrativos que auxilia na criação de áreas de conservação transfronteiriças no sul da África.

    Para combater os grupos de criminosos, o HiP foi transformado no primeiro “Smart Park” da África do Sul.

    Tecnologia de vigilância integrada, incluindo cercas inteligentes, foi instalada no terreno da reserva, juntamente com armadilhas fotográficas para chamar a atenção dos invasores.

    Resposta rápida

    “Consideramos isso uma guerra. Portanto, como em qualquer situação de guerra, resposta rápida e detecção rápida são fundamentais”, explica Sawers.

    O parque tem até uma base de coleta de informações, o HiP Nerve Center, que monitora as informações captadas pelas câmeras.

    “Eles são [as armadilhas das câmeras] todos ligados à Internet e enviam suas fotos diretamente para o Nerve Center”, explica Sawers. “Então, sabemos exatamente onde está a câmera e de onde vem a fotografia. E podemos reagir muito, muito rapidamente.”

    A equipe usa um helicóptero para chegar às áreas. Recentemente, uma equipe foi enviada apenas oito minutos depois de receber autorização e chegou ao local pretendido em cerca de sete minutos.

    “Sem a tecnologia, provavelmente levaria cerca de duas horas”, acrescenta Sawers. “E então já seria tarde demais.”

    Obviamente, essa tecnologia avançada é cara, a Peace Parks Foundation aparentemente contribuiu com mais de 10,6 milhões de rands sul-africanos (cerca de US$ 600.000) para o programa de proteção de rinocerontes.

    Sawers diz que está extremamente encorajado pelos resultados até agora. “Estávamos perdendo entre 10 e 15 rinocerontes por mês e isso parou completamente”, diz ele.

    Para o diretor, cujo bisavô era guarda florestal no mesmo parque, proteger os rinocerontes é importante demais para ter qualquer tipo de complacência.

    “A preservação do rinoceronte-branco do sul é fundamental. Não podemos permitir que desapareça. Isso seria horrível demais.”

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original, em inglês)

    Tópicos