Na Superterça, termômetro da força de Sanders deve vir do Texas, diz professora
Eleitores democratas de 14 estados americanos decidem quem vai ser o adversário de Trump nas eleições de novembro
A disputa eleitoral americana começou a se desenhar nesta terça-feira (3), com a Superterça — série de primárias que tem grande peso para definir qual será o adversário do presidente dos EUA, Donald Trump, nas eleições gerais marcadas para novembro.
Eleitores de 14 estados americanos, residentes do território de Samoa Americana e americanos que vivem fora do país votaram em seus nomes preferidos para assumir a candidatura do Partido Democrata. O ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders são os favoritos, com o ex-prefeito de Nova York e magnata Michael Bloomberg correndo por fora.
A expectativa dessa Superterça, segundo Fernanda Magnotta, professora de relações internacionais da Faap, é conseguir identificar quem de fato tem condições e capital político para seguir adiante na corrida pela Casa Branca.
“Joe Biden foi o candidato mais superestimado e Bernie Sanders, o mais subestimado. Isso porque a própria natureza da candidatura de Biden fazia com que ele fosse tido como favorito em um contexto em que o Sanders era sempre interpretado como um candidato radical, de grupos minoritários”, diz.
Com relação a Michael Bloomberg, a Superterça vai funcionar para mapear um pouco de que maneira repercutiu o investimento que o bilionário fez.
“Ele despendeu uma série de recursos próprios para fazer parte dessa corrida. Isso significa que ele vai surpreender e acabar de vez com as chances de Joe Biden, aparecendo como alternativa moderada do partido, ou vai abandonar a corrida logo na sequência”, explica Magnotta.
Já a campanha de Sanders, apesar de não ser a maior em termos de recursos, é a mais energizada. Para Magnotta, ele tem dois desafios claros: o primeiro é ganhar onde ele não é consolidado.
“Especialistas acreditam que a resposta virá do Texas. Ou seja, se no Texas o Sanders surpreender, isso pode significar que a candidatura dele é mais sólida do que nós imaginamos”, afirma.
O segundo desafio é conseguir mapear o que deseja o eleitorado americano. “Não me parece claro que o Partido Democrata tem entendido qual é a melhor estratégia para conseguir ganhar: se é combatendo o que eles entendem que é o radicalismo representado pelo Trump ou se é apostar no moderado ou reforçar a campanha de Sanders”, finaliza.