Relatório dos EUA conclui que príncipe saudita aprovou morte de Khashoggi
Príncipe Salman teria sido responsável por operação que assassinou jornalista em 2018 dentro de embaixada
O relatório feito pela inteligência dos Estados Unidos sobre o assassinato de Jamal Khashoggi concluiu que o príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, aprovou a operação para capturar ou matar o jornalista.
“Nós avaliamos que o príncipe da coroa saudita, Muhammad bin Salman aprovou uma operação em Istambul, na Turquia, para capturar ou matar o jornalista saudita Jamal Khashoggi”, diz o resumo executivo do relatório.
“Baseamos essa avaliação no controle do príncipe da Coroa no processo de tomada de decisão no reino, no envolvimento direto de um conselheiro chave e de membros da segurança de Muhammad bin Salman na operação, e o apoio do príncipe da Coroa ao uso de medidas violentas para silenciar dissidentes no exterior, incluindo Khashoggi”, continua o relatório.
O governo Biden entregou o documento, aguardado há muito, ao Congresso antes da divulgação pública nesta sexta-feira (26).
A divulgação do relatório, que foi pedido pelos parlamentares americanos, segue uma ligação feita pelo presidente Joe Biden ao rei saudita Salman bin Abdulaziz Al-Saud na quinta (25).
O documento destaca o “controle absoluto” que bin Salman tem sobre as operações de segurança e inteligência do reino.
“Desde 2017, o príncipe da Coroa tem controle absoluto sobre as organizações de segurança e inteligência do país, o que torna muito improvável que as autoridades sauditas tenham conduzido uma operação dessa natureza sem a autorização dele”, diz o texto.
Jamal Khashoggi, editor-chefe do canal Al-Arab News e colunista do jornal The New York Times, foi morto em 2018. Ele era crítico contumaz dos governantes sauditas, o rei Salman e o príncipe Muhammad bin Salman.
Khashoggi foi visto entrando numa embaixada em Istambul, onde estava autoexilado. Relatos dizem que ele teria sido morto e esquartejado no local.
(*Com informações de Nicole Gaouette e Jeremy Herb, da CNN Internacional)