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    Imigrantes turcos criaram 1ª vacina eficaz contra Covid-19

    Os fundadores do laboratório alemão BioNTech, o parceiro da Pfizer que desenvolveu a vacina, são de origem turca.

    Lourival Sant'Annada CNN

    Depois de muitas notícias negativas que associam imigrantes ao desemprego, à disputa por serviços públicos, incluindo saúde, nesses tempos de pandemia, e ao terrorismo, a chanceler Angela Merkel e outros líderes europeus que pagaram um preço político por manter as fronteiras abertas têm algo a celebrar: os responsáveis pela primeira vacina contra Covid-19 com eficácia comprovada estão na Alemanha graças a essa abertura.

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    Os fundadores do laboratório alemão BioNTech, o parceiro da Pfizer que desenvolveu a vacina, são de origem turca. Ugur Sahin, de 55 anos, nasceu em Iskenderun, na Turquia.

    Ele se mudou aos 4 anos de idade para Colônia com seu pai, que trabalhou numa fábrica da Ford nessa cidade alemã.

    Sua mulher Ozlem  Tureci, de 53, nasceu na Alemanha, filha de um médico turco. O casal se conheceu na faculdade de medicina, e o amor pela ciência os uniu. Na manhã do dia de seu casamento, os dois trabalharam no laboratório.

    O BioNTech, fundado em 2008 na cidade alemã de Mainz, é a segunda empresa do casal. Seu primeiro laboratório, Ganymed Farmacêuticos, fundado em 2001 para desenvolver anticorpos contra o câncer, foi vendido em 2016 por US$ 1,4 bilhão. 

    Eles estão entre as 100 pessoas mais ricas da Alemanha. O valor do BioNTech, listado na Nasdaq, a bolsa de valores de empresas de alta tecnologia de Nova York, subiu depois do anúncio da vacina na terça-feira  para US$ 25,72 bilhões — US$ 4,6 bilhões a mais do que no ano passado.

    Depois de ler um artigo científico em janeiro sobre o surto do novo coronavírus em Wuhan, na China, Sahin e Tureci decidiram investir na pesquisa da vacina, deslocando 500 de seus empregados esse projeto. Em março, eles firmaram o acordo com a Pfizer. 

    O casal decidiu investir numa tecnologia inteiramente nova, chamada mensageiro RNA (mRNA), que usa material genético para induzir células a produzirem partes de proteínas que se parecem com o vírus. Isso serve de gatilho para o sistema imunológico do paciente reagir ao coronavírus.

    Albert Bourla, CEO da Pfizer, disse à CNN que essa vacina é “o maior avanço médico” dos últimos 100 anos.

    Colegas do casal dizem que eles são pessoas “modestas e afáveis”. O êxito de sua vacina não parece ter mudado isso. Ao falar dela na terça-feira, Sahin disse acreditar que essa não será a única vacina bem-sucedida.

    Essa não é uma história incomum entre imigrantes, guardadas as proporções dos feitos extraordinários desse casal. Imigrantes e seus filhos trazem para seus novos países uma resiliência forjada no esforço e no sofrimento que a própria imigração envolve.

    Quando vir a próxima notícia negativa envolvendo imigrantes, lembre-se de que é a exceção, não a regra.

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